Familiares de vítimas do maior acidente aéreo da história do País se reuniram no último sábado (13), no Memorial 17 de Julho, no Campo Belo, zona sul da capital de São Paulo. Cerca de 200 pessoas participaram da homenagem. O voo JJ 3054 da TAM não conseguiu pousar no Aeroporto de Congonhas em 17 de julho de 2007 e bateu em um galpão da companhia, causando 199 mortes.
O próximo encontro dos familiares está agendado para o mês que vem em São Paulo. A Justiça Federal marcou para os dias 7 e 8 de agosto o julgamento de três pessoas apontadas como responsáveis pelo acidente aéreo. A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054 (Afavitam) pretende acompanhar os trabalhos da 8ª Vara Criminal Federal em São Paulo.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou a então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, o diretor de segurança de voo da TAM, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, e o vice-presidente de operações da TAM, Alberto Fajerman. Os réus respondem por crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo.
Na opinião do MPF, Denise é corresponsável pelo acidente por ter permitido o funcionamento da pista de Congonhas sem que fosse feito o serviço de grooving (ranhuras no asfalto que facilitam a freagem). Ainda segundo a acusação, Castro e Fajerman não redirecionaram os pousos para outro aeroporto naquele dia, já que havia registros de que a pista ficava escorregadia quando chovia.
Punição. “A gente espera que essas pessoas sejam punidas. A ganância (das companhias aéreas) não pode ser superior ao valor da vida das pessoas”, disse a jornalista Simone Grazielle Felizardo, de 32, irmã de Paulo Cassiano, uma das vítimas do acidente. “Era muito simples ter evitado a morte dessas pessoas. Bastava ter mandado o avião pousar em outro aeroporto”, completa a mãe de Simone, a aposentada Cladice Aparecida Felizardo, de 60 anos.
Pai da comissária Madalena, o empresário Roberto Silva, de 57 anos, também pretende assistir ao julgamento. Junto com a mulher, Therezinha, ele já dividia seus dias entre Porto Alegre, sua cidade natal, e São Paulo para acompanhar os desdobramentos do acidente. “Só de chegar a esse ponto (julgamento) é algo importante”, disse.
Ao final da homenagem, a Afavitam lembrou que está à procura de parceiros que queiram contribuir com a manutenção do Memorial 17 de Julho.
fonte: Estadão