O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:
Quero cumprimentar o público presente, o Sindilojas, as CDLs do Estado que vieram aqui numa luta justa, os professores, representantes do Cpers-Sindicato, os trabalhadores que acompanham a nossa sessão hoje.
Deputado João Fischer, nada como um dia após o outro. Fico até em dúvida, muitas vezes, em relação à importância e à necessidade dos projetos em regime de urgência.
Quando o governo autoritário, ali do outro lado da rua, o governador Tarso Genro, protocolou esses projetos em regime de urgência, nós, da oposição, reclamamos, gritamos e esperneamos. Escutamos da base do governo que eram importantes os projetos e que tinham, sim, que ser encaminhados em regime de urgência porque eram de fato tão importantes que não poderiam passar pelo processo legislativo de forma normal. Discordamos disso.
Ontem e hoje, o governo veio aqui e retirou humildemente o regime de urgência, coisa que até então não fizeram, pois foram sempre autoritários e arrogantes, protocolando nesta Casa os projetos sem discuti-los com o Parlamento e, acima de tudo, com a sociedade gaúcha.
Mas, de maneira humilde, vieram aqui e retiraram o regime de urgência dos projetos do Banrisul, que não teriam a maioria dentro desta Casa; bem como do projeto criminoso das RPVs, que deixaria muitas pessoas ainda na fila para receberem a importância digna dos seus pequenos precatórios; do projeto da Suepro; do projeto da gestão democrática, sendo que de democracia não havia nada dentro das escolas do Estado do Rio Grande do Sul.
Vieram aqui e viram este Parlamento com oposição. Quero saudar os deputados da oposição, pois, desde o primeiro dia em que foram protocolados esses projetos, eles foram nas rádios, nos jornais, nas televisões, na tribuna, nas comissões, em todos os lugares onde havia pessoas reunidas, discutir, criticar e expor o seu ponto de vista.
A comunidade gaúcha, a sociedade foi sensível e se organizou: lotou as galerias, discutiu, fez a sua parte com propaganda em rádio, em jornais e com críticas nas colunas dos jornais a esses projetos autoritários do governo Tarso.
Agora obtivemos uma vitória no Rio Grande do Sul, a vitória daqueles que querem um Estado mais justo, mais desenvolvido e, acima de tudo, querem discutir o futuro do Estado, querem que os projetos passem pelas comissões de mérito e valorizem esta Casa. Esta Casa, Sr. Presidente, tem necessidade de ser valorizada pelo governo.
Esses projetos têm de ser debatidos, sim, nas comissões de mérito para que cada comissão avalie de fato qual será o impacto positivo e negativo para o Estado do Rio Grande do Sul. Os projetos que são protocolados nesta Casa não podem diminuir o seu espaço de discussão e de acompanhamento dos impactos negativos e positivos para o nosso Estado.
Parabenizo a vitória do Estado do Rio Grande do Sul e desejo que o governo comece a repensar sua conduta, chamando a sociedade e conversando com a oposição, que sempre esteve aberta ao diálogo. Nunca tivemos, porém, o contrário: o governo não está aberto ao diálogo com a oposição.
Muitos deputados da base vieram à tribuna dizer que estavam prontos para o diálogo. Entretanto, quem tem de dialogar não é o deputado, mas quem protocolou o projeto nesta Casa e quer que ele seja aprovado.
Agora as coisas estão mudando. Os deputados independentes do PSB, os deputados de oposição e alguns deputados do PDT disseram ao governo que não votariam se permanecessem os projetos protocolados. Essa é a linha que o Parlamento adota.
A partir de agora não tenho dúvida alguma de que teremos diálogo e de que veremos a diminuição deste governo autoritário. O governo baixou um pouquinho o nariz, deputado Frederico Antunes, porque teve que vir para a Assembleia e retirar os projetos que são polêmicos, pois não passariam dentro desta Casa pela organização que as oposições fizeram.
Parabenizo a todos os partidos de oposição. Que essa votação possa marcar data e que o governo coloque a mão na consciência.
Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)