A transferência de R$ 4,2 bilhões dos depósitos judiciais para o caixa único do Estado, pelo governador Tarso Genro não surpreendeu o líder do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado Lucas Redecker. Desde 2011, o parlamentar vinha alertando que, com o agravamento da situação das finanças públicas, a tendência era de o governo utilizar esse dinheiro para o custeio. “É preocupante e desanimadora a situação do Rio Grande do Sul. E da forma como as contas públicas estão sendo geridas, o futuro nos parece ainda mais sombrio”, afirmou Redecker.
Para Redecker, o governo está tentando desviar a atenção da sociedade para problemas graves em áreas prioritárias. “Não devemos desconsiderar o descontrole das finanças públicas, mas parece que a intenção do governo é tirar o foco dos problemas da segurança pública. Espero que não tenhamos que aguardar novas mortes para que o assunto seja retomado”, afirmou.
De acordo com dados da Bancada do PSDB, em dois anos a administração petista sacou R$ 1,7 bilhão do Caixa Único do Estado para custear despedas correntes de custeio da máquina pública. No primeiro bimestre do ano ocorreu um crescimento de 9,4% na arrecadação do Estado. Em contra partida, o governo gerou um déficit de R$ 76 milhões neste período. Em 2011, o resultado negativo nas contas públicas ficou em aproximadamente R$ 500 milhões. No ano passado, o déficit superou R$ 700 milhões.
No âmbito da dívida do Estado, o governo Tarso interrompeu a trajetória de queda do endividamento iniciada em 2004, no governo Germano Rigotto (PMDB), e intensificado entre 2007 e 2010, durante a gestão de Yeda Crusius (PSDB). A dívida do Rio Grande do Sul fechou 2012 acima de R$ 50 bilhões. O Estado encontra-se acima do limite de endividamento estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (200% da receita) e quase ultrapassando o limite definido pela Resolução 40/2001 do Senado Federal (219% da receita). A dívida do RS está 218% acima da receita.