Os critérios utilizados na substituição dos postes, a capacidade de investimentos, os reajustes e o planejamento dos investimentos pautaram os questionamentos a Rio Grande Energia (RGE), durante a reunião da CPI da Energia Elétrica na Assembleia Legislativa. A empresa foi a primeira das concessionárias responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica no Estado a ser ouvida pela CPI, nesta segunda-feira, 2. O deputado estadual Lucas Redecker, que é presidente da Comissão, comandou os questionamentos ao diretor presidente da RGE, Ricardo Siufi e ao diretor de operações Marco Antonio Villela de Abreu.
Redecker não se mostrou totalmente satisfeito com o resultado da reunião, uma vez que muitas das perguntas não foram respondidas pela RGE. “Este é um momento importante, pois recebemos a primeira das concessionárias na CPI. Sabemos que os problemas ocorrem em todas as regiões e as oitivas ajudam a analisar cada caso mais especificamente. Entretanto, alguns questionamentos não foram respondidos de forma clara”, disse. O parlamentar se referiu à capacidade de investimentos em relação à receita e ao índice de reajuste solicitado pela RGE, que deve valer a partir do dia 19 de junho.
Os representantes da RGE disseram, ainda, que não possuem conhecimento do percentual da receita que é revertida em investimentos. De acordo com um levantamento realizado por Redecker, o percentual gira em torno de 9%.
Estrutura deficitária
Redecker questionou se o fato de 42% dos postes serem de concreto e 58% de madeira não prejudica o fornecimento de energia. De acordo com Abreu, o poste de madeira em si não representa um problema. Mas sim o poste de madeira podre. Ele explica que a RGE realiza inspeções periódicas, onde são utilizadas talas nos postes que não podem ser substituídos imediatamente. “Eles entram em uma agenda de manutenção e substituição”, explica.
“No ritmo de demora atual, precisaremos de 20 anos para a troca completa. Os postes de concreto dão mais confiabilidade ao sistema”, disse Redecker.
Siufi sublinhou que os municípios atendidos pela RGE no estado estão localizados em regiões com grande concentração de produtores de frango e gado e que apresentam problemas, como a grande incidência de temporais e dificuldades de acesso asfáltico, que diminuem a agilidade em atender as demandas dos consumidores.