Redecker e Ana Amélia durante encontro na semana passada, em Brasília

O líder do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado estadual Lucas Redecker, recebeu ofício assinado pela senadora Ana Amélia Lemos, onde ela agradece o apoio e as informações fornecidas pelo parlamentar relativas ao embargo aos calçados gaúchos na fronteira com a Argentina. “Continuarei atenta aos desdobramentos sobre essa importante questão que afeta diretamente a economia do Rio Grande do Sul e impacta negativamente na balança comercial brasileira”, afirma a senadora.

Na última semana, Redecker esteve reunido com a senadora em Brasília, quando pediu o apoio para que o impasse com o país vizinho seja resolvido. Para Redecker, tanto o governo Tarso quanto o governo Dilma têm sido omissos e coniventes com os desmandos da presidente Cristina Kirschner, que afetam também outros segmentos, como o moveleiro e de alimentos. Redecker afirmou que o calçado é um produto perecível, pois as mercadorias retidas são destinadas às vendas de Natal. O parlamentar manifestou preocupação pois “os dias estão passando e não vislumbramos uma solução para o impasse”.

O encontro com a senadora resultou num duro pronunciamento em plenário e em reunião com a com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e a posterior viagem do secretário de comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Daniel Godinho à Argentina. “Fiz um apelo para que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior sensibilize o Palácio do Planalto e o Ministério das Relações Exteriores para a adoção de medidas pró-ativas que impeçam a queda de receita do setor calçadista e o fechamento de postos de trabalho na indústria”, afirma ela.

Entenda

O governo argentino instituiu, em 2012, a necessidade da Declaração Juramentada Antecipada de Importação (DJAI), burocracia que obriga o exportador declare suas intenções de investimento em solo argentino através da política informal do uno por uno (para cada dólar importado um deve ser investido no País). Na prática, a política visa, através de uma manobra protecionista, equilibrar a balança comercial argentina. Alguns calçados brasileiros aguardam liberação desde julho, enquanto o prazo máximo da Organização Mundial do Comércio (OMC) para liberação é 60 dias. Atualmente, estão retidos na fronteira entre os dois países entre 750 e 1 milhão de pares de calçados.