O deputado estadual Lucas Redecker fez manifestação em nome da Bancada do PSDB, durante o Grande Expediente do deputado estadual Alceu Barbosa Velho, promovido na tarde desta terça-feira (02) na Assembleia Legislativa, e que teve como tema “Queimada dos Campos: o Homem, a Natureza, o Fogo e a Lei”. Redecker, que também é produtor rural, fez a defesa dos produtores rurais dos Campos de Cima da Serra e da prática do fogo controlado. “Quem queima o campo não é o produtor, é a geada. O produtor faz o trabalho de sapecar o campo, para que venha a nova brotação e possa levar o sustento à sua família. Quem fala em roçada não conhece os Campos de Cima da Serra, que não se consegue colocar uma roçadeira num trator, porque os campos são dobrados e tem pedras, sem contar o custo elevado ao produtor para fazer a roçada manual.”, disse. 

O parlamentar disse também que gostaria de ver novas propostas serem apresentadas pelos governos, como alternativa de produção que não utilize as queimadas, mas enquanto isso, espera que o produtor possa continuar produzindo sem que seja considerado um bandido. De acordo com o deputado ainda, apenas 6% dos Campos de Cima da Serra permitem a aragem ou a roçada. Redecker disse que ele e os deputados do PSDB são favoráveis a todos os debates que possam ser trazidos à Assembleia Legislativa sobre o assunto e que beneficiem o produtor rural.

Pesquisa 

O estudo citado no Grande Expediente é a publicação científica de autoria dos professores Alindo Butzke e Mardióli Dalla Rosa, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), lançada em junho deste ano e que tem como título “Queimada dos Campos: o Homem, a Natureza, o Fogo e a Lei”. O trabalho defende a flexibilização da legislação de modo a permitir que agricultores e pecuaristas possam dispor de queimadas controladas em áreas dos Campos de Cima da Serra, onde não é possível utilizar maquinário ou a roçada para a retirada da palha seca. 

Para Redecker, o estudo realizado pela UCS é esclarecedor e comprova que a prática da sapecada controlada dos campos não destrói o meio ambiente nativo: o fogo atinge rapidamente a palha seca, sem danificar os rizomas e as gemas das ramíneas, que mantêm as condições para brotar. Quanto à poluição atmosférica, a pesquisa demonstrou que o gás carbônico produzido pela queima é compensado pela fotossíntese realizada pelo capim jovem que brota no local. “Esse estudo traz um dado novo e esclarecedor, que demonstra que o produtor rural não é o vilão”, afirmou.