O deputado estadual Lucas Redecker manifestou-se na tribuna da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira (17), acerca das declarações do secretário estadual do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, e publicadas na edição de ontem do Jornal do Comércio. Na entrevista, o secretário afirma que o Rio Grande do Sul não tem entrado, via Ministério do Desenvolvimento, como opção para investimentos em diversos setores da economia.
Redecker cumprimentou Knijnik por trazer o assunto à tona. “O secretário Knijnik afirma que o Mercosul não tem a atenção, no que se refere às trocas com o Rio Grande do Sul, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Não há somente o problema da Argentina, mas também o embargo russo à carne brasileira, principalmente à carne gaúcha, que fecha agora um ano no valor de 454 milhões de dólares. O Dr. Mauro Knijnik, na sua condição de secretário, defendeu o Estado do Rio Grande do Sul, mesmo que a posição do Ministério do Desenvolvimento não seja essa”, disse o parlamentar na tribuna.
Para o deputado, o assunto levantado pelo secretário é grave e uma questão de Estado. “Como deputado de oposição, viemos aqui diversas vezes para reclamar, e hoje o governo também reclama e abraça essa causa. Penso que esse pode ser o primeiro passo no sentido de começarmos a defender o Rio Grande do Sul na busca de investimentos e de competitividade com outros Estados da Federação para que nos tornemos mais pujantes e desenvolvidos e nossas empresas possam gerar mais empregos e recursos”.
Mais tarde, Redecker voltou à tribuna para falar sobre o embargo aos calçados gaúchos na fronteira com a Argentina, e que não tem recebido a devida atenção por parte dos governos estadual e federal. “Hoje o superávit da balança comercial Rio Grande do Sul-Argentina é propositivo e positivo para a Argentina e negativo para o Rio Grande do Sul. O Brasil vende mais para a Argentina do que compra, e o nosso Estado compra mais do que vende. Até poucos meses atrás, mais de 4 milhões de pares estavam trancados na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, esperando a licença do governo argentino. Eu e os deputados Giovani Feltes e João Fischer fomos à Argentina, conversamos com representantes do Ministério da Indústria daquele país e ouvimos deles que quem deveria estar lá negociando, defendendo o nosso calçado, era o nosso Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o que não aconteceu”, afirmou ele.
“Hoje temos um descrédito do produtor brasileiro em relação ao comércio com a Argentina. Espero que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior faça a sua parte, que entre em contato com o Ministério da Indústria e com a presidente da Argentina para que possamos de fato fazer com que a reclamação do secretário Mauro Knijnik quanto ao Mercosul surta efeito, incluindo nossa reclamação referente ao embargo russo, pois já perdemos milhões de dólares relativos à comercialização de produtos com a Rússia, principalmente de carnes. Percebo que esse é um grande problema”, concluiu Redecker.