Confira a entrevista com o deputado Lucas Redecker, futuro presidente da CPI da Energia Elétrica, publicada na edição do dia 21/02/2014 do Jornal O Alto Taquari, de Arroio do Meio. Na matéria, Redecker afirma que a CPI terá caráter técnico e agradece o apoio dos 52 deputados que aderiram à proposta.
AT – Até o momento, foram coletadas 52 assinaturas para a abertura da CPI da Energia Elétrica. O que isso significa para o senhor?
Para a abertura da CPI na Assembleia Legislativa eram necessárias 19 assinaturas, mas conseguimos recolher 52. Isso evidencia o apoio dos deputados à CPI, que terá como principal objetivo trazer resultados práticos para o cidadão que sofre, não é de hoje, com os problemas de fornecimento de energia elétrica.
AT – Para o senhor, o que provoca essas intensas reclamações por parte dos clientes?
Os clientes reclamam, principalmente, dos cortes cada vez mais frequentes e também dos cortes prolongados. Além disso, há inúmeras reclamações quanto a demora no atendimento pelo 0800 e a demora do atendimento das ocorrências.
AT – Como deverá ser o trabalho desta CPI? Ela avaliará os contratos de concessões, os investimentos, etc.?
O trabalho da CPI terá, prioritariamente, um enfoque técnico. Vamos analisar contratos, avaliar se os investimentos estão de acordo com o que consta nesses contratos, avaliar os serviços prestados e se as agências reguladoras estão cumprindo com o seu papel. Há indícios que me levam a crer que os investimentos estão muito aquém do esperado.
AT – A CPI avaliará as concessionárias privadas ou também as cooperativas de energia (no Vale do Taquari temos, por exemplo, a Certel e a Certaja)?
A CPI vai analisar, principalmente, as reclamações dos clientes que, neste momento, recaem sobre a AES Sul, CEEE e RGE. Não temos recebido reclamações das cooperativas de energia, muito pelo contrário.
AT – O serviço é uma concessão de um serviço que antes era prestado pela CEEE. Sabe-se que a Agergs deveria fiscalizar a prestação do serviço. Como o senhor avalia a atuação da Agergs?
A CPI terá essa missão de avaliar o trabalho das agências reguladoras e evidenciar se há problemas ou não. Os dados e números apresentados pela Agergs durante a audiência pública na Assembleia Legislativa, na terça-feira (18), não me convenceram, assim como os números apresentados pelas empresas. Há um descompasso entre o que foi apresentado e o que vivenciamos na prática.
AT – Quando a CPI deve ser instalada? Quanto tempo de trabalho para a CPI? Que resultado o senhor espera dela?
O documento foi protocolado na terça-feira na Assembleia Legislativa. A partir dessa data a procuradoria geral tem 15 dias úteis para emitir o seu parecer. Eu gostaria de realizar a primeira reunião ainda antes do Carnaval, mas dificilmente será possível. A CPI terá 12 membros e prazo de 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias. Espero que a CPI e os seus resultados sejam práticos para a população e proporcionem as melhorias necessárias para o setor energético, que enfrenta a sua mais severa crise. Do jeito que está, não podemos continuar, pois, do contrário, os problemas no inverno poderão ser bem piores que os do verão.