Concluída a primeira metade do mandato de Tarso Genro, uma avaliação do plano de governo e das promessas de campanha revela que, entre os principais compromissos, a maioria caminha em ritmo lento ou não foi cumprida até o momento. Fatores como complexidade dos projetos, burocracia, crise econômica, carências do Estado e divergências políticas explicam as pendências e alarmam o Piratini, que aposta em 2013 como o ano para deslanchar.
Saiba mais
Confira o desempenho do governo em dois anos de mandato
ZH apurou o desempenho do Executivo em 20 promessas concretas e mensuráveis feitas na campanha ou registradas no plano de governo: cinco foram realizadas, oito estão em andamento e sete não deixaram o papel. A impressão de que os dois primeiros anos foram morosos é reforçada pela dificuldade em fazer avançar os projetos de infraestrutura, segurança e distribuição de renda.
— O ritmo é um pouco mais lento do que desejávamos por conta de um conjunto de entraves burocráticos e institucionais. Com o regime diferenciado de contratações (RDC), vamos acelerar obras e projetos — disse João Victor Domingues, secretário da Assessoria Superior do Governador.
Como patinou nas áreas em que o impacto das ações do Estado é mais perceptível aos olhos da população, o governo Tarso teve de arcar com a sensação de que poucas realizações desabrocharam.
— Para ter visibilidade, é necessário programas rápidos e que se movam em direção aos anseios populares. Algo como são o Bolsa-Família e o Minha Casa, Minha Vida para o governo federal. Falta o emblema do governo estadual — avalia o cientista político Bruno Lima Rocha, da Unisinos.
Chefe da Casa Civil e coordenador da campanha de Tarso em 2010, Carlos Pestana pondera:
— Temos um conjunto de obras já realizadas ou em andamento. Talvez não chame tanta atenção na Capital, mas, no Interior, há reconhecimento.
Há avanços no desenvolvimento econômico. Como resultado das políticas fiscais – apesar da desaceleração da indústria –, é contabilizada a atração de R$ 29 bilhões em investimentos privados. Mas a mão do Estado é menos perceptível neste caso.
— A atração de negócios envolve uma série de fatores, como conjuntura internacional, localização geográfica e o tema fiscal, onde entra o mérito do Estado — explica o economista Pedro Bandeira, professor aposentado da UFRGS.
Focado no exemplo de recuperação da Corsan, o Piratini planeja um período de realizações.
— A ideia de 2013 é acelerar. A população vai ter essa percepção. É uma angústia nossa. Qual é o governo que não quer que apareçam as suas obras? — questiona Marcelo Danéris, secretário executivo do Conselhão e coordenador do plano de governo.
fonte: Zero Hora