O potencial do uso do carvão mineral de Candiota na matriz energética do Estado a partir da gaseificação foi tema central de reunião, nesta quarta-feira (16), no Palácio Piratini, com mais de 30 representantes do setor carbonífero e da Comitiva da Região da Campanha (Cideja). Em pauta, estiveram a possibilidade de investimento em um pólo carboquímico no Rio Grande do Sul, o aproveitamento das reservas minerais da Região Sul, Campanha e Baixo Jacuí, e aumentar a produtividade de termelétricas como a de Uruguaiana.
A reunião contou com a presença do líder da Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa e ex-secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker; do chefe da casa Civil, Fábio Branco; do secretário de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, além de deputados estaduais e lideranças dos municípios interessados.
Redecker falou das dificuldades enfrentadas ao assumir a Secretaria de Minas e Energia – recriada pelo governador José Ivo Sartori no começo de 2015 – e da expectativa de que o carvão mineral gaúcho pudesse participar de um leilão de energia. Isso está próximo de se tornar realidade, disse ele, com a participação de um projeto de Pedras Altas no leilão de energia que ocorrerá em dezembro e com matéria-prima proveniente da CRM (Companhia Riograndense de Mineração). “Estamos muito próximos de termos uma grande termoelétrica a partir do fim do ano no Rio Grande do Sul”, destacou.
Com relação a criação de um polo carboquímico em solo gaúcho, Redecker disse que a possibilidade é real e que chegou o momento dos gaúchos unirem os esforços para tornarem ele real. “O polo carboquímico não vai perder em nada para o polo petroquímico de Triunfo, mas temos que nos comprometer todos com o projeto que o governo vai enviar para a Assembleia Legislativa”, afirmou. Redecker entende que é necessário todo o empenho para que os projetos sejam aprovados logo e contemplem o quanto antes possível as negociações com o governo federal. Por fim, disse que sempre esteve e estará na linha de frente defendendo o carvão. “Meu apoio sempre foi favorável ao carvão. Temos uma riqueza enorme embaixo dos nossos pés e só depende de nós usarmos ela para gerar renda e valor agregado para o RS”.
O Rio Grande do Sul tem a maior reserva de carvão mineral do Brasil, a partir dos minerais sub-betuminosos e de alto teor de cinzas. Cerca de 1,5% da energia produzida no país vem de usinas termoelétricas a carvão.
“O Estado quer atrair investimento. Cerca de 90% das reservas em solo gaúcho tem investimento público. Neste sentido, independente da região em que se localizar potenciais empreendimentos, queremos viabilizar comercialmente a cadeia produtiva e se fortalecer a partir desta matéria-prima”, sinalizou o chefe da Casa Civio, Fábio Branco. “Temos a 15ª reserva de carvão no mundo. O governo vai ser indutor da cadeia carbonífera, seja na Região Sul ou Baixo Jacuí”, disse o secretário de Minas e Energia Artur Lemos Júnior.