DSC_0019A décima quinta reunião do Plano Energético do RS foi realizada nesta sexta-feira, 3, em Santa Maria. No encontro, o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker explicou que o objetivo do plano é planejar o setor para os próximos dez anos. “As demandas que chegam através destas reuniões serão um importante material de subsídio na elaboração do plano”, explicou Redecker. O secretário disse ainda que a SME está mapeando o RS, ouvindo as regiões e apontando as necessidades quanto ao abastecimento de energia.

O deputado estadual Jorge Pozzobom disse que a Região Central é uma das mais antigas em produção de arroz e uma das maiores do Estado. “Precisamos montar esse planejamento para que possamos ter energia mais barata. Não podemos terminar o ano com a notícia do aumento de quase 60% de aumento da energia. Cada vez que aumenta, bate na indústria”, disse.

Representando a UFSM, o presidente do Corede Central Silon Júnior disse que é preciso olhar para o futuro. “Precisamos pensar a energia pela arrecadação, pela competitividade que gera e pelos negócios que atrai”.

O prefeito de Formigueiro Gildo Bortolotto é favorável à construção de uma usina térmica movida à biomassa de casca de arroz em São Sepé. “A natureza não nos privilegiou com recursos hidrícos, mas certamente temos outros atributos para nos desenvolvermos. É necessário que as autoridades propiciem condições para que as pessoas no campo tenham condições de produzir”, disse.

Segundo o presidente da CRM, Edivilson Brum, o principal desafio da companhia é combater o preconceito em relação ao carvão mineral. “A energia gerada pelo carvão no país é de apenas 1,5%, enquanto que em outros países é superior a 40%. Possuímos 90% das reservas do carvão mineral do país e aproveitamos pouco em comparação ao potencial e ao que pode ser empreendido”.

Representando a Granol, Tales Treischel disse que a empresa precisou reduzir investimentos por causa da falta de energia. A solução encontrada para a crise energética foi a coogeração com cavaco de madeira. “Além disso ingressamos com pedido na Aneel para geração de energia fotovoltaica. A construção da subestação Candelária 2 é fundamental para continuarmos fazendo os investimentos. Estamos preocupados com a nossa indústria. É mais fácil colocar energia na Amazônia do que na Granol, em Cachoeira do Sul”, lamentou.

Para o professor da UFSM Leandro Michels, energia agrega renda no meio rural. “A situação financeira do Estado não permite que ele faça investimentos, mas permite que ele seja um agente facilitador para que a iniciativa privada tenha acesso aos recursos e faça os investimentos necessários”. 

CANDELÁRIA 2

A diretora da Nova Palma Energia Marisa Bozzetto, disse que a Quarta Colônia enfrenta um problema para a liberação da operação da subestação Candelária 2. “Estamos há sete meses trabalhando junto ao Ministério de Minas e Energia e ainda não temos segurança se ano que vem ela vai entrar em operação. Precisamos de apoio do Governo do Estado”.

De acordo com Redecker, as obras da subestação Candelária 2 serão realizadas. “Em 2016 a obra será entregue. Há ainda 60 quilômetros de rede que a AES Sul precisa que fazer, além do licenciamento ambiental”. Redecker também explicou que a Usina Termoelétrica de São Sepé movida a casca de arroz está apta para participar do leilão de energia. “Torço para que a empresa saia vencedora no leilão, porque vai resolver um problema ambiental importante e contribuir para a geração de energia”, disse.

PARA ACELERAR O TRABALHO

A SME realiza reuniões semanais com a Secretaria do Meio Ambiente, para avaliar o andamento das emissões de licenças ambientais do setor energético. Redecker explica que a intenção é agilizar a liberação das licenças ambientais. “Queremos que o empreendedor não chegue aqui e tenha que começar sempre do zero. Que saiba onde pode fazer os investimentos e onde não pode, pois haverá grande impacto ambiental. A sala do empreendedor é o espaço onde o investidor tem a condição de acompanhar, com a maior transparência, o andamento desses procedimentos”.

Comunicou ainda aos presentes que está reativando o Comitê de Planejamento Energético do Estado do Rio Grande do Sul (Copergs), cuja primeira reunião ocorrerá na próxima quarta-feira. “As regiões sofrem com problemas causamos muitas vezes pela morosidade do próprio Estado. Nossa intenção é dar mais agilidade aos procedimentos e minimizar os impactos”, finalizou.