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A Secretaria de Minas e Energia realizou, nesta segunda-feira (06), a penúltima reunião preparatória do Plano Energético. O encontro ocorreu na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, que esteve lotada.

O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker explicou que o objetivo é planejar o setor junto com o governo, concessionárias, prefeituras e comunidade. “As demandas que chegam através destas reuniões, como por exemplo, energia trifásica, PCHs, licenciamento ambiental, carvão, energia eólica, serão um importante material de subsídio na elaboração do plano”, explicou Redecker.

Redecker ressaltou o trabalho em parceria com outras secretarias de Estado, na construção de um programa para levar energia trifásica ao campo. Quanto ao uso da biomassa, informou que a Sulgás está com chamada pública aberta para a compra de biometano por um prazo de até 20 anos, fato inédito no país e que também beneficia os agricultores, pois vai permitir a eles transformar em energia os dejetos resultantes da atividade agrícola.

Redecker afirmou que está trabalhando em sintonia com a secretária Ana Pelini e fazendo um acompanhamento semanal das licenças ambientais de empreendimentos relacionados à geração de energia e que tem a expectativa de uma maior celeridade nos procedimentos com a inauguração de um espaço junto a Sema, onde o investidor poderá acompanhar o andamento das licenças solicitadas.

Foco no planejamento e qualidade

O presidente da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, vereador Enfermeiro Vilmar, disse que não há desenvolvimento sem energia elétrica. Ele afirmou que o Legislativo é parceiro da iniciativa, pois “a gente sabe que os problemas são muitos e as necessidades diferentes em cada região”. É necessário, principalmente, afirmou o vereador, discutir-se a qualidade da energia que é fornecida, hoje uma das principais demandas da região.

O prefeito de Santa Maria do Herval, Rodrigo Fritzen, afirmou que o Plano Energético vai nortear o caminho que o RS vai trilhar nos próximos anos, quando o assunto é energia elétrica. “A situação nos municípios é bastante difícil. A gente percebe que falta um planejamento a nível nacional. Sem energia e estradas não há progresso. Por isso, é fundamental que a sociedade abrace essa iniciativa”, afirmou. O prefeito saudou a elaboração do Plano Energético, mas afirmou que é necessário que no curto prazo ele seja colocado em prática, para que a sociedade perceba o quanto antes possível os resultados desse trabalho.

A representante da AES Sul, Alessandra Kozlowski, disse que a empresa, como concessionária responsável pelo abastecimento nas duas regiões, tem o dever de apoiar a iniciativa do Plano Energético. “Nosso papel é ser parceiro nesse planejamento e na sua execução, pois há muito que ser pensado e organizado no setor energético”, disse ela.

Por parte da Sulgás, manifestou-se o diretor Flávio Soares. Até 2020, disse ele, a empresa pretende expandir o consumo de gás natural no RS, ampliar os investimentos em GNL e introduzir a comercialização do biometano no interior do Estado. Neste aspecto, citou a chamada pública aberta para a compra de biometano por um prazo de 20 anos, iniciativa esta que é pioneira no Brasil. Afirmou ainda que há um projeto em andamento para ampliação da distribuição de gás residencial em Novo Hamburgo.

A CEEE esteve representada pelo diretor Administrativo, Leonardo Hoff. Ele afirmou que o debate sobre energia é um tema da maior relevância para a região, que sofreu muito com a falta de luz no começo de 2014. Com relação a CEEE, declarou que a direção e a Secretaria de Minas e Energia estão empenhados na recuperação da empresa, “para que ela seja efetivamente pública mas, principalmente, eficiente. Precisamos salvar a CEEE daquela realidade que vive, pois quem paga a conta é toda a sociedade”, afirmou Hoff.

O vereador Issur Koch sugeriu a criação de uma lei estadual, a exemplo da lei aprovada há poucos dias pela Câmara hamburguense, que obriga as concessionárias a recolher os fios excedentes em vias públicas, diminuindo assim a poluição visual provocada pelo excesso de fios. “Esse projeto, que já existe em Caxias e agora Novo Hamburgo, poderia ser transformado em lei para todo o Estado”, afirmou.

O empresário Gierri Oliveira, de Novo Hamburgo, disse que vendo as previsões geopolíticas de agências renomadas para os próximos dez anos, concluem pela expansão do consumo de gás de xisto nos Estados Unidos, o que também poderia beneficiar o RS, na opinião dele. “Estamos com a faca e o queijo na mão”, disse.