Santa Rosa sediou na manhã desta quinta-feira (25), a décima primeira reunião do Plano Energético, que está percorrendo o Estado para ouvir a sociedade quanto às demandas que precisam ser incluídas no plano, que está sendo preparado pela Secretaria de Minas e Energia (SME).
O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, disse que a SME trabalha, em parceria com outras secretarias de Estado, na construção de um programa para levar energia trifásica ao campo. Quanto ao uso da biomassa, informou que a Sulgás está com chamada pública aberta para a compra de biometano por um prazo de até 20 anos, fato inédito no país e que também beneficia o agricultor, pois vai permitir a ele transformar em energia os dejetos resultantes da atividade agrícola.
Redecker afirmou que está trabalhando em sintonia com a secretária Ana Pelini e fazendo um acompanhamento semanal das licenças ambientais de empreendimentos relacionados à geração de energia e que tem a expectativa de uma maior celeridade nos procedimentos com a inauguração da sala do investidor, que permitirá a parte interessada acompanhar o andamento das licenças solicitadas. Da mesma forma, disse que está acompanhando a situação da usina de Garabi/Panambi, e que uma nova agenda está sendo marcada para os próximos dias para tratar sobre o assunto. Comunicou ainda aos presentes que está reativando o Comitê de Planejamento Energético do Estado do Rio Grande do Sul (Copergs), cuja primeira reunião ocorrerá já no mês de julho. “As regiões sofrem com problemas causamos muitas vezes pela morosidade do próprio Estado. Nossa intenção é dar mais agilidade aos procedimentos e minimizar os impactos. É por isso que estamos aqui hoje”, finalizou.
“É muito complicado fazer geração de energia. É impressionante a dificuldade para quem quer empreender neste setor”, afirmou o presidente da Cooperluz, Querino Volkmer. Para ele, o poder público, através das suas autarquias, não deve atrapalhar o empreendedor. “Temos 64 contratos assinados para entregar energia a partir de 2018 e em setembro do ano passado a Fepam cassou a licença de um empreendimento nosso. Há uma insegurança jurídica muito grande. Trata-se de um investimento de R$ 250 milhões, com R$ 10 milhões já investidos e R$ 2 bilhões em energia vendidos”.
O representante da Fiergs na Fronteira Noroeste, Valdir Turra Carpenedo, afirmou que o governador José Ivo Sartori acertou ao desmembrar o setor de Minas e Energia da antiga Secretaria de Infraestrutura. “O tema estava em segundo plano e nos atrasou”, disse. Conforme ele, sempre que um empreendimento vai se instalar numa cidade, a oferta de energia é o primeiro item avaliado. “O Estado é muito rico em oportunidades de geração de energia, mas temos que superar a questão ambiental, que é traumática. Esperamos que as coisas andem mais facilmente, para que tenhamos energia farta, segura e com preço adequado. Nenhum país no mundo deixaria de usufruir um potencial como este que temos no rio Uruguai”.
O presidente da Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa, prefeito de Três de Maio Olívio José Casali, destacou que finalmente está se fazendo um plano para a próxima década e não apenas para um ano. Ele disse que a situação dos municípios é difícil, “mas com criatividade vamos superar esta fase. Não podemos baixar a cabeça, é trabalhar e buscar resultados para vencermos as barreiras e retomarmos o desenvolvimento”. Ele pediu ao secretário que olhe com atenção a situação das PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), “que também podem trazer energia para a nossa região”. Ele agradeceu ainda aos representantes da RGE, presentes no encontro, a construção de uma nova subestação no município de Três de Maio, com capacidade para 20 MW, atendendo uma população de 38 mil pessoas em cinco municípios.
O presidente do Corede Fronteira Noroeste e representante da Unijuí, Pedro Luis Büttenbender, afirmou que está claro como a ausência de energia pode ser um inibidor do desenvolvimento. “Precisamos de políticas afirmativas que nos ajudem. Aqui temos a energia mais cara do Rio Grande do Sul. Entendemos que a região, cada vez mais, precisa se apropriar de planos como este e também atuar na sua execução, para que as prioridades não sejam modificadas cada vez que se troca de governo”. Disse ainda que espera que a SME seja o ponto de referência e de informação em relação ao projeto binacional de construção das Hidrelétricas de Garabi e Panambi.