A diretoria executiva da Petrobras aprovou a celebração de novos aditivos aos contratos de fornecimento de nafta para a Braskem por 45 dias, a partir de 1 de novembro. O anúncio pode sinalizar que antes do final do ano ocorra a conclusão de um contrato de longo prazo. “Essa é grande expectativa da indústria do plástico”, afirma o coordenador do grupo temático de energia da Fiergs e presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Edilson Deitos.
“O fato deste contrato temporário ser de 45 dias e não de 60 dias (a exemplo do que vinha ocorrendo desde 2014) nos faz acreditar que até dezembro seja assinado um acordo definitivo para 2016 ou até para os próximos dois anos.”
O anúncio foi oficializado no início da noite de sexta-feira. Na véspera, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, já havia adiantado o fechamento da nova prorrogação do contrato. Apesar das informações de que a petrolífera estaria mais arredia com as negociações, o ministro garantiu que um acordo de longo prazo com a Braskem e outras empresas do setor deve ser assinado até o dia 15 de dezembro.
“Temos compromisso de que um contrato de longo prazo será firmado ao fim desse período, com condições competitivas para que os investimentos represados no setor possam ser realizados”, disse Braga. Porém, para o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, a iniciativa mantém o impasse. “Para o Estado, não há garantia de que de fato ocorra um contrato a longo prazo a partir desta prorrogação.”
A única certeza é de que a área petroquímica continuará funcionando, mas sem planejamento que atraia novos investimentos e confirme os que já estão se colocaram à disposição (como os US$ 250 milhões que a polonesa Synthos anunciou para uma planta de borracha sintética em Triunfo), destaca Redecker.
O secretário reforça a importância do fornecimento de nafta também como fonte de ICMS para o Rio Grande do Sul. Apesar de afirmar que a possibilidade de um acordo a longo prazo para o próximo biênio já resolveria a questão da competividade dos preços da nafta produzida pela Petrobras, o presidente do Sinplast-RS concorda que “dificilmente alguma indústria (de transformação) injete recursos no País sem o validamento de contratos de, no mínimo, cinco anos”. “Esse seria o período ideal para garantir um investimento de grande porte”, opina Deitos.
fonte: Jornal do Comércio