Com maioria na Assembleia, opositores de Tarso podem vencer governo
Pela primeira vez na atual legislatura, a oposição ao governador Tarso Genro (PT) na Assembleia Legislativa tem a chance de derrubar vetos do governo. Ontem, o Piratini protocolou dois vetos a emendas de deputados da oposição, feitas em projetos do governo e aprovadas no final de 2013. Com a base reduzida a 20 deputados, a oposição, com 28, já é maioria na Casa e se articula para garantir presenças em plenário e vencer o governo. O PDT, que se diz independente após o desembarque do Executivo, somará seis votos no plenário em 2014, pois Gilmar Sossella presidirá a Casa e só se manifesta nas votações na necessidade de desempate. Como Sossella tende a se posicionar contra o governo, soma à oposição.
O primeiro veto é à emenda do deputado petebista Marcelo Moraes, protocolada pela bancada do PMDB a pedido dele, em projeto do Passe Livre. A emenda obriga o poder Executivo a subsidiar integralmente o transporte intermunicipal a estudantes matriculados em municípios distintos dos que residem. Logo após o protocolo do veto, o gabinete de Moraes disparou e-mails para mobilizar prefeituras. ‘Os estudantes têm que saber que o governador vetou a integralidade do subsídio’, disse Moraes.
O petebista quer impedir ainda que a apreciação do veto, cujo prazo vence em 4 de março, ocorra na primeira semana de fevereiro, no retorno do recesso. Para tanto, ele articula com líderes da oposição para que não deem acordo caso a antecipação seja solicitada pela base.
O segundo veto do Piratini é à emenda do PSDB ao projeto do governo que transfere R$ 1,3 bilhão da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) para o Executivo. A emenda tucana obriga o depósito em conta específica do Banrisul, enquanto que o governo queria que o dinheiro fosse para o caixa único. A emenda foi aprovada na sessão extraordinária de 26 de dezembro graças a um engano do petista Daniel Bordignon, que votou favorável por engano. O presidente Pedro Westphalen (PP) desempatou a favor da oposição. ‘A base estava organizada, e a oposição tinha nove a menos naquele dia. Agora teremos tempo para compor’, afirma Lucas Redecker.
matéria publicada no Correio do Povo de 18 de janeiro