As obras de construção das linhas de transmissão entre as subestações que ligam os municípios de Lajeado e Garibaldi vão passar por novo processo licitatório. A informação foi divulgada pelo gerente-executivo do Operador Nacional do Sistema (ONS), Manoel Botelho, que esteve no Rio Grande do Sul participando de reunião do Comitê de Planejamento Energético do RS (Copergs). As obras, que sequer começaram, deveriam ser finalizadas ainda no primeiro semestre de 2016.
A licitação se faz necessária em virtude da declaração de caducidade da concessão outorgada à MGF – Energy Guaianazes, publicada em portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) no último dia 03 de março. No mesmo dia, foi realizada reunião entre ONS, CEEE-GT, Eletrosul, RGE, Certel, AES Sul e Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para debater as medidas conjunturais de curto e médio prazos necessárias no sistema elétrico para evitar problemas no abastecimento. Entre as possíveis consequências, se nada for feito, avisa Botelho, está a possibilidade de cortes de carga devido a sobrecarga, especialmente no verão; a possibilidade de corte de carga por subtensão na contingência da linha de transmissão 230 kV ligando a subestação Lajeado 2 a Nova Santa Rita, assim como a redução na confiabilidade do atendimento às cargas da região de Lajeado.
Conforme Botelho ainda, a AES Sul teria informado a necessidade de instalar um transformador provisório de 230/69 kV na Subestação Lajeado 2 e outro na Subestação Venâncio Aires, além de recapacitar novamente a linha de transmissão 69 kV entre as subestações Lajeado 2 e Lajeado 1. A CEEE-GT, por sua vez, informou que tem condições de disponibilizar até quatro unidades reservas regionais de 230/69 kV de 50 MVA, o que seria suficiente para atender as medidas provisórias necessárias.
“A CEEE-GT vai detalhar os prazos necessários para a entrada em operação das obras citadas. Antes, porém, é preciso que a AES Sul e Certel caracterizem adequadamente os maiores fluxos previstos nessas instalações de modo a subsidiar o seu dimensionamento. Outra questão a ser melhor verificada é se as medidas provisórias identificadas proporcionam fôlego sistêmico compatível com o prazo de entrada em operação das obras, isto é, até o ano de 2021”, afirmou Botelho.
O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, manifestou preocupação com o impacto que as duas regiões sofrerão devido a falta das estruturas. As dificuldades serão maiores no Vale do Taquari, principalmente durante os verões. Além de defender a imediata realização de nova licitação, Redecker destacou que é importante deixar a concorrência atrativa de modo que haja companhias interessadas em materializar as iniciativas.
A expectativa é de que o Ministério de Minas e Energia e a Aneel providenciem ainda ao longo de 2016 uma nova licitação, com previsão de entrada em operação das obras somente em 2021.