Elas nos trouxeram ao mundo.
Elas nos deram carinho, amor e proteção – e, talvez, tenham nos livrado de alguma merecida palmada, nos tempos de piá.
Nos deram conselhos, exemplos e nos ensinaram a estudar.
Mas nós crescemos – e as deixamos meio de lado.
E vieram outras.
As que aquecem a nossa cama, a nossa alma, a nossa vida.
As que nos deram filhos.
As que nos amam e nos perdoam (e que, às vezes, também nos atazanam: quando dirigimos, por exemplo. Mas tudo bem: afinal, se elas querem um mundo sempre em ordem, como poderiam se manter em paz no caos do trânsito?).
As que abrandam os nossos rústicos sentimentos e incendeiam as nossas paixões.
As que um dia nós fizemos chorar.
As que, com uma única lágrima, torturaram o nosso coração e a nossa alma de puro remorso e arrependimento.
As que nos fazem, enfim, felizes e plenos de vida.
Mas outras virão, ainda.
As que um dia nos darão netos e bisnetos, na vida que se renova, porque assim é e será.
E todas elas, que nos acompanham na trajetória da vida, um dia chorarão quando, bem velhinhos, partirmos para outra caminhada.
E vão rezar por nós.
Como a primeira da nossa vida nos ensinou a orar e a acreditar que existe um Deus.
A todas elas, o nosso respeito, o nosso reconhecimento, a nossa (e)terna gratidão por nos ensinar a amar – com um grande e forte abraço e com o afetuoso agradecimento que todas merecem.
*DESEMBARGADOR
* artigo publicado na edição de hoje do jornal Zero Hora