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O deputado estadual Lucas Redecker participou da reunião ordinária da Comissão de Assuntos Municipais, na manhã desta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa. Com a presença da vice-prefeita de Parobé, Nelsi Lázaro e de lideranças do Vale dos Sinos, o encontro tratou sobre o fechamento da Azaléia no município de Parobé, na última semana. 

Redecker disse que viu empresas como a Azaléia e tantas outras indústrias da região crescerem e se desenvolverem e que perdeu a conta do número de vezes que viu o pai (o ex-deputado federal Júlio Redecker) buscar em Brasília uma solução para as dificuldades dos exportadores gaúchos, sem que nada tenha sido feito pelo governo federal nestes últimos anos. Conforme o deputado, não podemos ficar de braços cruzados esperando que a economia americana e o dólar se recuperem. “Os empregos que foram perdidos aqui no Estado serão criados em outro lugar, porque o mundo vai continuar consumindo sapatos. É preciso que o governo encontre uma solução para esse problema, para estancar a debandada de empresas do país”, disse.  

O parlamentar voltou a defender a necessidade de uma política cambial que proteja os exportadores, sob risco do país sofrer um processo de desindustrialização nas exportações. Ele também lamentou que a direção da Azaléia esteja sendo tratada como vilã, quando há mais de seis meses ela vinha enviando sinais que indicavam que, se a política cambial fosse mantida, fecharia as portas no RS. 

Direção da empresa e prefeitura expõem dificuldades 

A vice-prefeita de Parobé, Nelsi Lázaro, lamentou o fechamento dos postos de trabalho e a consequente perda de arrecadação do Município pela medida tomada pela calçados Vulcabras. Ela leu uma carta que deverá ser entregue nos próximos dias ao governador Tarso Genro e a cinco ministros do governo Dilma como forma de mobilização pelas pessoas que perderam seus empregos e por outras empresas calçadistas dos municípios do Vale do Paranhana que enfrentam dificuldades. 

A diretora de Recursos Humanos da Vulcabras-Azaléia, Vera Lúcia de Bezerra, lamentou que a empresa tivesse que tomar a decisão de demitir funcionários. Sobre os motivos do fechamento dos 840 postos de trabalho da unidade de Parobé ela afirmou que se trata de uma situação forçada por um cenário externo de taxa cambial e de custo. Ela também reclamou do desrespeito da taxação antidumping fazendo com que produtos estrangeiros entrem no país em situação vantajosa para competir com produtos brasileiros. Vera ainda disse que outras empresas do setor calçadista também poderão tomar as mesmas medidas se nada for feito pelas autoridades brasileiras.