2014 não começou bem para a presidente Dilma, cita revista britânica.
Texto aponta resultados negativos da economia brasileira em 2013.
Com o título ‘O bicho-papão do Brasil’, referindo-se à inflação, texto publicado na quinta-feira (16) pela revista britânica “The Economist” diz que 2014 não começou bem para a presidente Dilma Rousseff. O artigo cita que o real terminou 2013 um terço mais fraco sobre o dólar do que quando ela assumiu a presidência do país, três anos antes. Diz que as vendas de carros recuaram pela primeira vez em uma década no ano passado e que a saída de dólares no país foi a maior em 2013 desde 2002.
O texto destaca, ainda, o resultado da inflação de dezembro, que ficou em 0,92%, o maior crescimento mensal em dez anos. “O resultado puxou o índice anual para 5,91%, acima das expectativas de mercado”, cita. “Inflação é um ‘bicho-papão’ brasileiro”, diz.
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A revista britânica diz que “os custos econômicos da inflação são claros”, afirmando que altas taxas de inflação afetam tanto os pobres, que se esforçam para arcar com as despesas, quanto a endividada classe média. “Mas é, ainda, uma questão política. Muitos adultos relembram a hiperinflação do início da década de 1990, quando os lojistas ajustavam os preços a cada manhã e os alteravam ao final do dia.”
O artigo cita que o presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, foi rápido em culpar a alta do dólar e dos preços das commodities. Diz ainda que o reajuste dos preços de combustível pela Petrobras também ajudaram. “Mas os preços de alimentos nas lojas continuaram subindo, mesmo com ligeira queda no atacado. Os economistas também colocam uma pequena culpa no crédito fácil, no mercado de trabalho improdutivo e no desperdício de gastos públicos”, diz a publicação estrangeira.
A “The Economist” diz que a presidente Dilma está fazendo o que pode para manter os preços em baixa, citando que em 2012 o governo reduziu a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) a zero, a manutenção por algum tempo dos preços de tarifas de transportes (citando os protestos ocorridos no meio do ano) e a redução do preço da energia.
O texto termina afirmando que apesar do claro favoritismo à Dilma nas eleições em outubro, a alta dos preços pode prejuticar as chances de parlamentares do PT nas eleições para deputados federais e estaduais.
* matéria publicada no site G1