O desrespeito ao compromisso assumido pelo governador Tarso Genro durante a campanha eleitoral de 2010, quanto ao cumprimento da lei do piso nacional do magistério, foi duramente criticado pelo líder da Bancada do PSDB, Lucas Redecker, nesta quarta-feira (29), durante sessão plenária na Assembleia Legislativa. Redecker cobrou coerência de Tarso e dos partidos da base de apoio ao governo que, quando eram oposição, cobravam o pagamento do piso.
Redecker reforçou a importância do debate sobre o piso nacional. Conforme ele, a proposta de reajuste e de pagamento do piso apresentada pelo governo gaúcho é um “piso inventando”. O valor de R$ 1.260,19, a ser pago até 2014 ao magistério estadual, na sua avaliação, não é piso legal. “O piso é de R$ 1.451,00, indexado pelo Fundeb. Tudo menos do que isso não é piso. Esse reajuste que o governo cria não vai colar”. Ao apresentar números sobre os valores do piso, Redecker disse que não entende as contas feitas pelo Executivo e cobrou do governo o respeito à lei e o cumprimento das promessas de campanha.
Redecker disse ainda que a proposta de reajuste apresentada aos professores pelo Executivo gaúcho desconsidera o índice legal estabelecido para elevar anualmente o valor piso. Ele destacou ainda que o governador está subestimando a inteligência dos professores ao anunciar números manipulados.
Redecker explicou que o reajuste de 76,6% divulgado pelo governo é composto por duas parcelas autônomas incorporadas no valor de R$ 38,91, representando 10,9% em maio de 2011 e 9,8% em maio de 2012. Descontadas essas parcelas, o valor restante corresponde ao reajuste oferecido pelo Palácio Piratini. “Em outras palavras, o aumento efetivo dado aos professores até o final do mandato de Tarso é 45%, não 76,6% como está sendo dito”, observou o deputado.
O líder tucano chamou a atenção para outro detalhe na proposta do governo. Destacou que 56% do valor parcelado em três anos será pago apenas nos oito últimos meses da administração, em pleno período eleitoral. “Mais da metade do valor prometido será pago durante a campanha de 2014. Isso fere o espírito tanto da lei eleitoral e quanto da lei de responsabilidade fiscal”, concluiu.