A CPI da Energia Elétrica, presidida pelo deputado Lucas Redecker (PSDB), ouviu, na tarde desta segunda-feira (28), representantes de cooperativas que atuam na distribuição de energia elétrica no meio rural, especialmente no que respeita aos problemas enfrentados pela insuficiência de energia ao homem do campo, e o modelo imposto pela Aneel ao setor. Também foram ouvidos representantes de empresas de geração e transmissão de energia.
Representando a Celetro – Cooperativa de Eletrificação Rural Centro Jacuí Ltda., de Cachoeira do Sul, seu presidente José Benemídio Almeida apontou diversas falhas no modelo de energia da Aneel, salientando que o homem do campo, já que o país é uma nação praticamente de produção rural, é quem acaba “pagando a conta”. Falta planejamento e uma visão mais abrangente das autoridades governamentais, na sua opinião, para uma solução ao problema. E defendeu uma urgente mudança do modelo energético brasileiro.
Carlos Ronaldo Vieira Fernandes, da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica – Abrage, que agrega 160 usinas hidroelétricas e 12 termelétricas no país, discorreu sobre as principais características do setor elétrico brasileiro, a evolução da capacidade instalada entre 2012 e 2022 e a tendência da matriz energética nacional. Destacou que, em razão das estiagens, atualmente os reservatórios da Região Sul contam com 45% de sua capacidade total.
César de Barros Pinto, diretor-executivo da Abrate – Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica, que representa o segmento junto ao governo federal, também discorreu sobre os problemas que se somam nessa área, inclusive os que dizem respeito às restrições sociais e ambientais para expansão do setor. Parabenizou a CPI por seu trabalho e pediu a pressão dos parlamentares por transformações urgentes.
Jânio Vital Stefanello, da Fecoergs (Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do RS) e também representando a Ocergs (Organização das Cooperativas do Estado), comentou acerca dos investimentos em obras e melhorias da rede no RS pela Federação, sobre a características das redes no meio rural, e defendeu mudanças na matriz energética. A Fecoergs abriga, atualmente, 16 cooperativas que atuam na distribuição de energia, e outras sete que atuam em geração, abrangendo mais de um milhão de gaúchos no meio rural.
Ao finalizar os trabalhos da CPI, desta segunda-feira, o deputado Lucas Redecker agradeceu o comparecimento dos convidados e enalteceu a atuação das cooperativas nessa questão, considerando-a um “exemplo de trabalho, eficiência e democracia”.
Ainda participaram da audiência os deputados João Fischer (PP, vice-presidente da CPI), Catarina Paladini (PSB, relator) e Frederico Antunes (PP).