As características geofísicas e o destaque no setor de agroindústria contribuem para que o Rio Grande do Sul tenha alto potencial para a produção de biogás e biometano. E foi pensando na ampliação da oferta de energia e combustível a partir desta fonte limpa e renovável que a Secretaria de Minas e Energia e a Sulgás, com levantamento técnico realizado pela Unidade Integrada Vale do Taquari de Ensino Superior (Univates), deram início à elaboração do Atlas das Biomassas, amplo estudo sobre as regiões potenciais de produção de biogás e biometano no RS, que será lançado na próxima quarta-feira, 31, na Casa da Ocergs, na Expointer.
Segundo o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, o Atlas das Biomassas para Produção de Biogás e Biometano vai evidenciar todo o potencial do Rio Grande do Sul e servirá como cartão de visitas para a atração de novos investimentos. Além disso, a Sulgás dá garantias de compra da matéria-prima por um prazo de até 15 anos, desde que atendidas algumas características, como a participação no edital de seleção dos projetos, metas anuais de aquisição do Biometano, certificação do produtor, garantia de compra para plantas com produção a partir de 3.000 m3/dia, entre outros. “Há inúmeros ganhos também do ponto de vista econômico, social e ambiental. Entre eles destaco o tratamento adequado para os resíduos orgânicos – em grande parte provenientes do agronegócio -, o aumento da participação de fontes renováveis na nossa matriz energética, atração de novos investimentos para o setor, geração de renda adicional ao agronegócio, expansão de atividades de pequenos produtores rurais, geração de empregos, diminuição do efeito estufa”, diz Redecker.
Segundo o diretor-presidente da Sulgás, Claudemir Bragagnolo, a empresa tem investido, nos últimos cinco anos, em ações visando a promoção de novas fontes de suprimento de gás natural no Rio Grande do Sul, entre as quais algumas pesquisas e projetos para o aproveitamento de biogás gerado a partir de resíduos das atividades agrossilvopastoris e nos aterros sanitários. “Como grande impulsionadora deste novo mercado, iremos comercializar e distribuir esse energético e seremos um dos agentes que estimularão a sua produção. A geração e comercialização de energia descentralizada será a grande contribuição da Sulgás para o desenvolvimento econômico-social do Estado, pois significa mais recursos de ICMS e geração de trabalho e renda para a população, possibilitará o aproveitamento local dos recursos e vai reduzir, significativamente, a geração de novos passivos ambientais”, diz Bragagnolo.
O evento de lançamento do Atlas da Biomassa para Produção de Biogás e Biometano acontecerá na próxima quarta-feira, 31, na Casa da OCERGS, na Expointer, e terá a presença do governador do Estado, José Ivo Sartori, do secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, do diretor-presidente da Sulgás, Claudemir Bragagnolo, e entidades públicas e privadas do setor.
Sobre a biomassa
A biomassa é considerada um resíduo sólido, sendo encontrada em diversas formas, tais como: restos de alimentos, resíduos de madeira, palha do arroz, esterco de animais. É uma matéria orgânica utilizada como recurso energético a partir de diferentes processos, como o biogás por queima, biogás por decomposição e biocombustíveis por extração e transformação. Os primeiros estudos realizados evidenciam o grande potencial de produção de biogás e, por conseguinte, do biometano, combustível resultante da purificação do biogás e que já está sendo testado no RS. Os atuais experimentos buscam a produção do biometano com alto teor de metano (acima de 96%), que atenda a especificação técnica exigida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Este gás, que no RS recebe o nome de GNVerde (marca registrada pela Sulgás), tem as mesmas aplicações do Gás Natural, podendo também ser injetado em gasodutos.