Os deputados Lucas Redecker (PSDB) e João Fischer (PP) ocuparam o período do Grande Expediente da sessão plenária da tarde desta quinta-feira (18) para homenagear o Esporte Clube Novo Hamburgo, em razão da conquista do título do Gauchão 2017.
O deputado Lucas Redecker frisou que a conquista do Novo Hamburgo foi merecida, fazendo justiça ao time de melhor campanha do Gauchão. “Um desempenho magnífico, que encerrou a competição invicto contra a dupla Gre-Nal, coroado com o trabalho do grupo de jogadores e da comissão técnica, liderada pelo treinador Beto Campos”.
Segundo Lucas, o anilado não se importou em ter que jogar fora de casa e, contrariando todas as expectativas frente às equipes da Capital, mostrou a força do futebol do interior. “Um orgulho sem fim para uma torcida que subiu a Serra e vibrou intensamente”, ressaltou.
O deputado do PSDB citou números que ilustram a campanha exemplar do Novo Hamburgo. “Até a conquista do título, foram 17 jogos, 9 com vitórias, 6 empates, 2 derrotas e um aproveitamento que atingiu a marca de 64,7%. Essa é a primeira vez que o Novo Hamburgo vence uma final, mas ao longo da sua trajetória o clube anilado foi 5 vezes vice-campeão: em 1942, 1947, 1949, 1950 e 1952. Em quatro dessas oportunidades, a final foi disputada contra o Inter e uma delas com o Grêmio”, recordou.
Em meio a euforia da vitória, um torcedor, em especial, merece ser lembrado, acrescentou Redecker. “Refiro-me a Reinaldo Von Reisswitz, de 94 anos, patrono e torcedor apaixonado pelo time anilado que faleceu uma semana após a conquista do título. Pouco antes do clube disputar a final, como registrou a imprensa do Vale dos Sinos, seu Reinaldo disse que sonhava ver o Noia campeão. “Tomara que seja logo”, disse ele brincando. E que presente o anilado lhe deu depois de mais de seis décadas de dedicação e amor ao clube”, fez questão de registrar.
Igualmente, destacou sua alegria em poder homenagear o Esporte Clube Novo Hamburgo pela segunda vez na tribuna. “A primeira vez foi no dia 28 de abril de 2011, para celebrar o centenário do clube, uma data tão histórica e inesquecível quanto o campeonato que hora estamos homenageando. Maio é também o mês de aniversário do Novo Hamburgo, e que baita presente a torcida anilada recebeu este ano, data em que o clube completa 106 anos”. É importante ressaltar, prosseguiu, que até a vitória foram muitos os percalços enfrentados pelo clube, tanto dentro quanto fora dos campos.
“Contrariando todas as expectativas, o Novo Hamburgo cresceu no campeonato e quase correu o risco de ficar sem dinheiro para continuar sua participação na competição”. Redecker recordou que o Novo Hamburgo tem uma das folhas de pagamento mais enxutas entre os 12 clubes que disputaram o Gauchão e “em nada se compara com os gastos da dupla Gre-Nal, por exemplo”.
Até o fim do campeonato, a folha de pagamento do Novo Hamburgo era de R$ 180 mil por mês, diferentemente de Grêmio e Inter que gastam, cada um, R$ 7 milhões por mês. Por isso, e por outras tantas questões, a conquista do título do Gauchão 2017 surpreende. Não pelo desempenho do time, que deixou de ser uma surpresa ainda na fase classificatória. Mas por conta de tudo que aconteceu nos bastidores. “Situações que quase fizeram a engrenagem do Noia parar. Que não se imagine, contudo, que está tudo certo. A disputa do Campeonato Brasileiro coloca novos desafios à porta. Com os pés no chão, a primeira meta do clube será viabilizar a participação na Série D”, analisou.
Ao final, Lucas Redecker fez um apelo para que a comunidade regional, bem como os demais gaúchos, apoiem o clube, seja se associando ou indo aos jogos. “O Novo Hamburgo colocou a cidade em evidência no Estado e no país e merece todo o nosso apoio”, frisou. “O Esporte Clube Novo Hamburgo está de parabéns, desde o gandula, o roupeiro, até o presidente, pela campanha que fizeram dentro e fora dos gramados”, apontou Redecker.
“Desejo que esta seja a primeira de várias grandes vitórias e que os obstáculos sejam facilmente superados, como aconteceu em tantas partidas que vimos ao longo do Gauchão. Vida longa ao Novo Hamburgo e parabéns a todos que trabalharam para que esta vitória fosse possível”, concluiu.
História
O primeiro a se manifestar da tribuna do Plenário 20 de Setembro foi o deputado Fischer. “A Assembleia Legislativa presta justa homenagem a um dos mais antigos clubes de futebol do Rio Grande do Sul”, iniciou, referindo-se ao “nosso Esporte Clube Novo Hamburgo, que este ano conquistou o título de Campeão Gaúcho e comemorou, no último dia 1º de maio, seus 106 anos de vida”. A história do Anilado ou do Noia, como é conhecida a equipe, se confunde com a história de Novo Hamburgo e do Vale do Sinos, acrescentou o deputado do PP.
“Sua criação remete ao apogeu da colonização alemã na região, sendo fundado por descendentes alemães 26 anos antes da emancipação da cidade de Novo Hamburgo, quando esta ainda pertencia a São Leopoldo”, historiou Fischer. A caminhada do Noia, agregou, foi escrita dentro de uma fábrica de calçados. “Foi no Adams, como faziam a cada 1º de Maio, que um grupo de trabalhadores se reuniu no Dia do Trabalhador para jogar uma partida de futebol e dar o pontapé inicial nesta trajetória de sucesso e amor ao esporte”, registrou.
João Fischer narrou algumas etapas da construção do clube. “Em 1944, houve a transformação de Sport Club Novo Hamburgo para Esporte Clube Floriano, em uma homenagem forçada ao marechal Floriano Peixoto, o segundo presidente do Brasil. A agremiação permaneceu com esta denominação até 1968, quando o Conselho Deliberativo decidiu que era preciso voltar às raízes, retomando o antigo nome, o atual Esporte Clube Novo Hamburgo”, contou.
Naquela época, o Noia já estava no Estádio Santa Rosa, sua casa até o início dos anos 2000, quando se transferiu para o Estádio do Vale, no bairro Liberdade. Em referência à conquista do Gauchão, Fischer disse que, mais do que um título, “o Noia fez história. Foram seis vitórias consecutivas na primeira fase – nenhum clube havia conquistado esse feito desde que o Gauchão deixou de ser regionalizado, em 1961. A campanha teve 17 jogos, com 9 vitórias, seis empates, apenas duas derrotas, 26 gols marcados e 14 sofridos”, informou.
Para ele, foi uma jornada épica, “feita com poucos recursos, profissionalismo e amor. Que esta conquista, protagonizada por um grupo de jogadores e uma comissão técnica em sintonia com a direção e torcida, sirva de inspiração para outros clubes que queiram seguir os passos do Esporte Clube Novo Hamburgo. Vida longa ao Anilado. E que venham novas conquistas para o Vale e o Rio Grande”, sublinhou.
Na sequência, o presidente do Esporte Clube Novo Hamburgo, Juarez Valentin Radaelli, foi agraciado com a medalha da 54ª Legislatura. Além dele, estiveram presentes o ex-presidente do clube, Valmor da Silva; a prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, e o secretário municipal de esporte e Lazer do município, Jorginho Schmidt.
Apartes
Em apartes, manifestaram-se as deputadas Zilá Breitenbach (PSDB), Manuela d Ávida (PCdoB), Regina Becker (REDE) e Any Ortiz (PPS); e os deputados Aloísio Classmann (PTB), Tarcísio Zimmermann (PT), Ibsen Pinheiro (PMDB), Marcel van Hattem (PP), Catarina Paladini (PSB) e Missionário Volnei (PR).