A instalação de passarelas, redutores de velocidade e iluminação pública são algumas das alternativas que reduziriam o número de acidentes com mortes na área urbana da RS-239 em Sapiranga, segundo os participantes de audiência pública realizada nesta manhã (8), pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa. Para a maioria dos presentes, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e o governo do Estado devem explicações à comunidade, uma vez que se trata de rodovia pedagiada, que arrecada valores consideráveis sem que se vejam as obras necessárias para a segurança de motoristas e pedestres.
O deputado estadual e líder da Bancada do PSDB, Lucas Redecker (PSDB), disse que esse é um assunto antigo e que se surpreendia com a ausência de passarela em uma rodovia pedagiada. Disse que em seu mandato anterior apresentou emendas ao Orçamento para a construção de passarelas, mas que elas não foram aprovadas. Disse ainda que, embora fizesse parte da base do governo atual, não se eximia de reclamar essas medidas.
Conforme o sargento Dalvo Tadeu Rocha, do 3º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, é sempre doloroso quando alguém perde a vida, mas, também como morador da região, disse que a rodovia está bem melhor do que já foi, em termos de pavimentação e sinalização. Contou que chegaram a atender de 800 a 1.000 acidentes por ano em tempos passados, e que de lá para cá o número de acidentes com morte se mantinha. Já os acidentes, de modo geral, diminuíram: 550 em 2010, 647 em 2011, 670 em 2012, 691 em 2013, 615 em 2014, 450 em 2015, 318 em 2016 e 116 até agosto de 2017. A redução, segundo ele, se devia à divulgação e à instalação de radares eletrônicos. Ele observou que isso se deu paralelamente ao aumento na frota de veículos.
Ainda conforme o sargento, os atropelamentos não têm dia da semana para acontecer, mas têm horário: de 80% a 90% ocorrem entre as 18 e 21 horas. Ele ainda chamou a atenção para o que considera o “calcanhar de Aquiles do trânsito”, o telefone celular, que tira a atenção dos motoristas. Sobre medidas necessárias para a redução dos acidentes, disse concordar com a construção de passarelas e, se estas não forem possíveis, de lombadas eletrônicas em determinados trechos. Discordou, porém, da eficácia de se reduzir o limite de velocidade em todo o trajeto.
O secretário municipal de Planejamento, Habitação, Segurança e Mobilidade de Sapiranga, Carlos Maurício Regla, declarou que o município clamava por socorro. Segundo ele, eram necessárias três passarelas para pedestres, além de obstáculos nas margens da rodovia para impedir o acesso. Disse que muitos acidentes ocorrem à noite, por isso a importância da iluminação pública. Caso não se fizesse a passarela, o controlador de velocidade era necessário.
A vereadora Rita, de Sapiranga, declarou-se cansada de “ouvir que estavam ouvindo” e disse que precisavam de soluções para uma rodovia que, segundo informou, arrecadava em um mês valor capaz de bancar as três passarelas necessárias. “São vidas que estão sendo ceifadas”, advertiu. O vereador Egon, também de Sapiranga, disse que, em vez de investir nas prioridades apontadas, o governo estadual, por meio da EGR, estava trocando asfalto ainda em boas condições por asfalto novo.
Representando a EGR, Luiz Fernando Avozani, gerente operacional da empresa, disse que participava da audiência para ouvir as reivindicações e levá-las à direção. Como encaminhamentos da audiência foram apresentados pedidos à EGR e ao governo do Estado para que instalem quebra-molas e delimitem áreas de travessia com iluminação pública e redução de velocidade para 40km/h, como medidas emergenciais, e a construção de passarelas para pedestres e a iluminação de todo o trecho, como medidas de médio prazo.