Em evento organizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o pré-candidato à Presidência da República, José Serra (SP), defendeu nesta terça-feira a redução de gastos com a máquina pública federal e com custeio e condenou as dificuldades de investimentos em infraestrutura.
“Na área federal, a obesidade dá até gosto. Como dá para aumentar a eficiência”, afirmou, arrancando aplausos da platéia. “Nós somos o país com a maior taxa de juros do mundo. Temos a maior carga tributária do mundo entre todos os países emergentes. Para se ter uma ideia, o Bolsa Família, com todo impacto positivo que tem representado no Brasil, gasta o equivalente a menos de 1% do que pagamos em juros”, completou.
A respeito da taxa de investimento, o tucano vê falta de planejamento, de capacidade para sequenciamento dos investimentos, de qualidade de gestão e de definição de prioridades. “Quando tudo é prioritário, é porque não existe nenhuma prioridade”, criticou, citando a péssima situação dos portos e a elevada carga tributária.
Serra também destacou o “loteamento político” no governo federal. Para ele, as agências reguladoras foram divididas entre os partidos. Tudo está loteado, nas empresas, nas agências. “Queríamos um Estado regulador, não interventor”, acrescentou.
No encerramento de sua participação, Serra assumiu o compromisso de lutar pelo setor industrial. O pré-candidato tucano disse que está “nas suas origens” a proximidade com o meio industrial, já que morava quando criança numa vila operária, em São Paulo.
E acrescentou que vai manter erguida a “mesa” da economia. “Eu ajudei a erguer a mesa da economia do Brasil. Nunca vou ajudar a derrubar essa mesa”, disse. O tucano brincou ao afirmar que, desde a Constituinte, pensa “da mesma maneira” sobre a economia.
Fonte: Agência Tucana
Foto: Orlando Brito