A instalação das delegacias especializadas na repressão aos crimes rurais e abigeato está em fase de planejamento. Detalhes deste processo foram apresentados nesta quinta-feira (28), durante a primeira reunião da Frente Parlamentar de Combate aos Crimes Agropecuários, realizada na Assembleia Legislativa.
De acordo com o presidente da Frente, deputado Sérgio Turra, o objetivo é auxiliar o Governo do Estado na operacionalização das cinco sedes anunciadas. “A criação da delegacia especializada foi o primeiro passo. Sabemos que a partir de agora, o apoio da Assembleia Legislativa é fundamental e por isso, escolhemos este assunto como pauta do primeiro encontro deste grupo de trabalho”, disse.
O secretário da Segurança Pública em exercício, coronel Éverton Oltramari, também acredita que mobilização de forças políticas é importante. “A efetiva instalação das delegacias especializadas depende de vários fatores como o estabelecimento de parcerias com entidades representativas do setor primário, a estruturação de grupos de apoio para captação de valores e até mesmo a criação de um fundo para a delegacia e neste sentido, a Frente Parlamentar pode nos aproximar”, afirmou.
Subchefe da Polícia Civil, o delegado Leonel Carivali lembrou que os resultados da Força Tarefa de combate aos crimes rurais e abigeato foram determinantes para a criação da delegacia especializada. “Sentimos a necessidade de uma estrutura sólida, com profissionais à disposição dos produtores rurais de todo o Estado”, explicou. Neste aspecto, o líder da Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado Lucas Redecker, informou que não é apenas os abigeatos que preocupam os produtores rurais. “O aumento da criminalidade tem feito com que muitas famílias simplesmente desistam da atividade”, enfatizou o deputado.
O chefe do Departamento de Polícia do Interior, delegado Fernando Sodré, complementou, esclarecendo que as cinco sedes da delegacia especializada terão atuação regional. “A partir de um estudo da Polícia Civil definimos os locais de instalação levando em consideração critérios como incidência criminal nos últimos cinco anos, estrutura física das delegacias de polícia e o raio de abrangência. A estrutura da delegacia será fixa, mas o trabalho de investigação e combate ao crime não”, ressaltou.
Representando o Ministério Público, o promotor Luciano Vaccaro falou sobre o interesse do órgão no assunto. “Além de segurança, os crimes no meio rural envolvem outras questões como saúde pública. Estamos acompanhando de perto o tema e estudando a possibilidade de também ter uma atuação nesta área, a partir da criação de uma promotoria especializada”, revelou.
Para o presidente da Comissão Jovem do Sistema Farsul, Luís Fernando Cavalheiro Pires, com a criação da delegacia especializada, o Governo do Estado atende uma antiga reivindicação dos produtores. “A complexidade do crime rural é grande e em tempos de crise, a ação do Governo dá mais tranquilidade ao setor produtivo”, destacou. Cavalheiro ainda assegurou que a Farsul está à disposição para contribuir com recursos e materiais.
Outras entidades representativas também manifestaram a possibilidade de cooperação. “Esse trabalho será bem feito a partir da integração do Governo, Assembleia Legislativa, órgãos e entidades representativas”, ressaltou o presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito, Luiz Augusto Gonçalves de Gonçalves.
A próxima reunião da Frente Parlamentar será realizada no dia 27 de outubro, em Dom Pedrito, durante a Farmshow.