O Rio Grande do Sul passará a contar com as Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (DECRABs). O decreto, assinado pelo governador José Ivo Sartori nesta quinta-feira (31), cria as novas unidades que terão sedes principais em Bagé, Camaquã e Santiago, e as complementares em Cruz Alta e Rosário do Sul. O deputado estadual e líder do PSDB na Assembleia Legislativa, participou do ato, na Expointer.
A ação permite que o governo do Estado atenda uma das principais demandas do setor produtivo gaúcho. “Desde o início, atuamos com atenção especial para o campo. Já desenvolvemos ações integradas específicas na região de fronteira. Intensificamos o trabalho com as forças-tarefas das polícias. Agora, iremos avançar ainda mais”, garantiu o governador.
Presente no ato de lançamento, o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, saudou a elaboração do projeto. “Iniciativas como essa fazem a diferença. Desejamos que ela seja replicada em outros estados da federação”, incentivou.
A escolha das sedes partiu de uma decisão técnica da chefia da Polícia Civil. As delegacias ficarão subordinadas ao Departamento de Polícia do Interior (DPI) e atuarão integradas em bases itinerantes nas operações executadas em todo o Estado.
As unidades irão exercer atividades de polícia judiciária ligadas aos crimes de abigeato e patrimoniais relacionados à atividade rural, especialmente os que tenham por objeto material insumos, defensivos e maquinários agrícolas. “Segurança não é só para quem vive na cidade. É também para quem vive no interior. O abigeato e os demais crimes típicos do campo afetam diretamente todo o setor primário”, salientou o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer.
Redução no abigeato
Em 2017, os casos de abigeato registraram queda de 23,5%. Foram 5.171 ocorrências no primeiro semestre de 2016 e 3.958 no mesmo período deste ano. A expectativa da SSP é intensificar ainda mais os trabalhos. “O aporte dos novos servidores permitiu que tirássemos essa iniciativa do papel. As delegacias se somarão aos outros esforços da Polícia Civil e às patrulhas rurais da Brigada Militar, atuando de forma sistêmica e muito mais abrangente”, acrescentou Schirmer.
Segundo o chefe da PC, Emerson Wendt, haverá um período de estruturação entre a criação das delegacias e a sua instalação. O trabalho será articulado com as entidades e interessados do meio rural (sindicatos, federações e associações de produtores) no mesmo modelo da Delegacia de Repressão aos Crimes contra Concessionárias de Serviços Delegados, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC). “O que pretendemos fazer em interlocução com as entidades do setor primário. Nesse meio tempo segue a atuação da FT do Abigeato”, assegurou o delegado.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, destacou a parceria entre a pasta, o setor produtivo e os órgãos da Segurança Pública. “Um trabalho profícuo, de intensa troca de informações, baseado na cooperação mútua. Os produtores, com certeza, saberão reconhecer os esforços do governo estadual, ampliando a contribuição com as atividades das polícias”, frisou.