Está agendada para a próxima segunda-feira (13), nova reunião no Ministério de Minas e Energia (MME) para tratar sobre a possibilidade de fechamento da termelétrica da Tractebel, localizada no município de Charqueadas. A reunião, solicitada pelo secretário de Minas e Energia do RS, Lucas Redecker, está marcada para as 16h30min, no gabinete do ministro Fernando Coelho, com a presença de lideranças da região Carbonífera, senadores, deputados federais, além da Aneel.
Redecker disse que vai buscar o cumprimento do acordo firmado no próprio Ministério de Minas e Energia, recentemente, onde a Tractebel se comprometeu em manter as atividades da termelétrica até o fim deste ano. De acordo com a nota oficial distribuída pela Tractebel à imprensa, a termelétrica estaria encerrando as atividades no mês de agosto. As novas compras de carvão mineral já estão suspensas. “Trata-se de um investimento privado, e não temos ingerência sobre ele, mas queremos o cumprimento da palavra empenhada anteriormente no Ministério de Minas e Energia, para que a comunidade possa se organizar”, afirmou. Entre outros objetivos, o secretário vai buscar a viabilidade da realização de leilões regionais de energia, o que poderia ser uma saída para a manutenção da usina.
Na última quarta-feira (08) foi realizada reunião na Secretaria de Minas e Energia, quando lideranças da região Carbonífera fizeram um apelo pela manutenção da empresa.
Entenda o caso
A UTE Charqueadas precisa se adequar às normas da Resolução Normativa nº 500, de 17 de julho de 2012, da Aneel. A medida estabelece critérios de eficiência para as usinas de energia e entrou em vigor em dezembro de 2015. Os custos desta operação é que podem inviabilizar a manutenção da UTE. A resolução aplica-se para todas as usinas beneficiárias da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), inclusive para a térmica de Charqueadas.
De acordo com a Tractebel, a termelétrica tem uma capacidade instalada de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul) e gera 2.400 empregos, sendo 72 diretos. No entanto, vem produzindo uma geração média de 40 MW médios a 45 MW médios, sendo lucrativa somente em alguns períodos de despacho, devido ao seu alto custo de operação. A usina de Charqueadas é uma das termelétricas mais antigas do País e começou a operar em 5 de janeiro de 1962.