A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) credenciou 428 projetos para o primeiro leilão de energia de reserva do ano, marcado para 29 de julho. As iniciativas representam oferta de 10.195 MW de potência instalada (mais do que o dobro da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). Quanto a complexos que deverão ser construídos dentro do Estado, foram inscritas cinco pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), que totalizam 63 MW. Saem vencedores do certame os empreendimentos que apresentarem as gerações de energia mais competitivas.
O leilão de reserva serve para realizar ajustes à demanda no setor elétrico nacional. Na semana passada, em outra concorrência promovida pelo governo federal, também cinco PCHs gaúchas participaram do leilão. Apenas uma, a Cazuza Ferreira, obteve êxito. A usina, desenvolvida pela Certel, Coprel e Geopar, está localizada na vila de Cazuza Ferreira, no rio Lajeado Grande, dentro do município de São Francisco de Paula. Para o próximo leilão, o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, não teme a concorrência dos projetos de outras regiões com as PCHs gaúchas.
No entanto, o dirigente admite que a retração da economia tem inibido investimentos no segmento elétrico, e isso pôde ser percebido no último certame que teve pouca movimentação. O destaque no credenciamento do certame de julho ficou por conta dos empreendimentos de energia solar fotovoltaica, que totalizaram 9.210 MW da energia ofertada, em 295 projetos. Além disso, foram inscritas 73 PCHs, com 889 MW, e 60 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), com 96 MW. A Bahia foi o estado com maior oferta de projetos movidos à energia solar fotovoltaica. Do total credenciado, 61 empreendimentos são naquela região, somando 1.593 MW. O Piauí é o segundo maior em volume de energia solar ofertada, com 42 projetos e 1.430 MW, seguido de perto por São Paulo, com 44 projetos e 1.328 MW. O Rio Grande do Sul não teve iniciativas com essa fonte cadastradas.
O prazo para entrega de energia para a fonte solar é julho de 2018 e para as hídricas, março de 2020. Quanto às chances de, no futuro, empreendimentos de geração solar de grande porte serem construídos no Estado, Redecker argumenta que a possibilidade ou não disso ocorrer ficará mais clara com a conclusão do atlas solar do Rio Grande do Sul, que deverá ser terminado até o final de 2017. Até lá, a propagação dessa fonte no Estado deverá acontecer, principalmente, de forma pulverizada, através da instalação de painéis fotovoltaicos em telhados.
Fonte: Jornal do Comércio