Na tarde desta segunda-feira, 09, o secretário-adjunto de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, recebeu em audiência comitiva da região carbonífera para discutir o fechamento da usina Tractebel, em Charqueadas. Em nota enviada à imprensa, a empresa anunciou o fim de suas atividades no dia 31 de agosto, o que acarretará na perda de 2.400 empregos diretos e indiretos na região.

Lemos lembrou que em fevereiro deste ano a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a Tractebel a reduzir a potência instalada da sua usina a carvão em Charqueadas de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul) para 36 MW. Fato este que garantiria o funcionamento da usina. “O que nós queremos é que a empresa, pelo menos, continue suas atividades até o final de 2017. Precisamos de tempo para encontrar uma alternativa para a manutenção dos empregos e desenvolvimento da região, o que será impossível em três meses”, disse.

A Secretaria acompanha o caso desde o final do ano passado, quando iniciou o temor do fechamento da UTE. Ao longo desse tempo, vem se posicionando contrário ao encerramento das atividades da Tractebel, realizando diversas audiências sobre o tema, a fim de achar uma solução. A última delas aconteceu na semana passada, no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. Leia a matéria na íntegra aqui.

Entre os líderes políticos da região há um consenso, é preciso acionar a Justiça para intervir. Para tanto, as lideranças marcaram uma reunião para esta quinta-feira, 12, para formular o seu pedido. Além disso, organizarão uma grande audiência pública entre os municípios atingidos pelo fechamento para dialogar com a sociedade, ainda sem data marcada.

Participaram da reunião representantes de sindicatos, vereadores e prefeitos da região.

Sobre a UTE Charqueadas

A usina precisa se adequar às normas da Resolução Normativa nº 500, de 17 de julho de 2012, da Aneel. A medida estabelece critérios de eficiência para as usinas de energia e entreou em vigor em dezembro de 2015. Os custos desta operação é que podem inviabilizar a manutenção da UTE. A resolução aplica-se para todas as usinas beneficiárias da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), inclusive para a térmica de Charqueadas.

De acordo com a Tractebel, a termelétrica tem uma capacidade instalada de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul) e gera 2.400 empregos. No entanto, vem produzindo uma geração média de 40 MW médios a 45 MW médios, sendo lucrativa somente em alguns períodos de despacho, devido ao seu alto custo de operação. A usina de Charqueadas é uma das termelétricas mais antigas do País e começou a operar em 5 de janeiro de 1962.