O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:
Saúdo o público que acompanha a nossa sessão.
Quero dar continuidade ao que o deputado Miki Breier expôs desta tribuna, evidentemente não com os problemas internos partidários que ocorrem na base do governo, com o próprio PSB e o PT, e não considerando o problema que se teve com a passagem do deputado Beto Albuquerque à frente da Secretaria de Infraestrutura e Logística.
Todas as vezes, deputado Miki Breier, em que conversei com o deputado Beto Albuquerque a respeito da ERS-010, sempre que esteve na Região do Vale dos Sinos, na Região Metropolitana, ele foi um grande entusiasta, um grande defensor de tirar essa rodovia do papel.
Estivemos juntos em inúmeras reuniões, inclusive em Novo Hamburgo, quando o Beto reafirmou a intenção, como secretário, de colocar à disposição o projeto da ERS-010, para que fosse tirada do papel essa rodovia que seria – e é – benéfica ao Estado do Rio Grande do Sul.
Mas aos pouquinhos o que vem sendo mostrado, o que vem sendo debatido, o que vem sendo analisado nos jornais é a inoperância do governo Tarso Genro, um governo que discute, mas não resolve.
Em relação ao caso da ERS-010, especificamente, quando assumiu, o governo falava da importância de uma rota alternativa à BR-116, cujo prejuízo anual causado pelos engarrafamentos, se calcularmos apenas uma hora de engarrafamento diário, chega à casa dos 624 milhões de reais.
Depois, o governo Tarso Genro disse que não era bem esse o modelo que queria e enterrou o projeto da ERS-010. E quando os prefeitos da Granpal tentaram buscar uma alternativa, duas semanas depois houve nova reação do governo, dizendo que faria uma nova análise do projeto.
Neste mês de fevereiro foi noticiado em um jornal de grande circulação o seguinte: DAER fará novo estudo para ERS-010. Mas os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a construção de uma rodovia, acima de tudo, exigem tempo. Isso demonstra que teremos pela frente, desde que esses estudos comecem a sair do papel até uma nova licitação, mais de 400 dias, ou seja, um ano e dois meses no mínimo. Coloca-se uma pá de terra na ERS-010.
Enquanto isso, diariamente, os engarrafamentos na BR-116 estão trancando não somente o tráfego de veículos que vêm da Região Metropolitana, da Região da Serra e de outros cantos do Estado do Rio Grande do Sul para Porto Alegre, mas o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul, a atração de novas empresas e o escoamento da produção industrial para toda essa região.
Por isso que se fala que esse governo é responsável por não fazer. Poucas vezes vi um governo que ainda não acabou o seu mandato ter tantas brigas internas. E a discussão na própria base é pelo que não estão fazendo. É o que estamos vendo hoje no Estado do Rio Grande do Sul.
A condição da ERS-010 é um tema trazido ao debate não apenas pela oposição, mas também pela situação nesta Casa. Não queremos partidarizar; o que queremos é que o governo que está lá do outro lado da rua, que foi eleito democraticamente, arranje uma solução, porque esse é o seu compromisso. Acima de tudo, é sua responsabilidade achar soluções para os gargalos do Estado do Rio Grande do Sul, e esse é um deles.
Infelizmente, nós, deputados de oposição, grande parte da situação e a população que acompanha a atuação desse governo não estamos vendo soluções.
Grandes valores foram sacados do caixa único nos meses de dezembro e janeiro, que chegaram a 1 bilhão de reais, o déficit do Estado vem aumentando cada vez mais e, acima de tudo, o governo tem dificuldades para liquidar os valores que o Estado empenhou no seu orçamento – não adianta o governo dizer que tem dinheiro, se não liquida esse dinheiro e não paga a cada secretaria o que deveria.
O que estamos vendo é a marcha ré do Estado do Rio Grande do Sul. Infelizmente, há falta de posição e falta de coragem de tirar o Estado dos grandes problemas históricos que temos. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Não revisado pelo orador.)