Em razão do agravamento de ocorrências em muitos municípios, pelas fortes chuvas no Estado, o governador José Ivo Sartori homologou dois decretos nesta segunda-feira (20). Um deles cria o Gabinete de Emergência, liderado pelo vice-governador José Paulo Cairoli. Outro decreta situação de emergência coletiva, abrangendo inicialmente as cidades mais afetadas pelas chuvas, que totalizam 26, conforme levantamento da Defesa Civil. Novos municípios podem ser incluídos ao longo da semana.
Até o fim da tarde desta segunda-feira (20), o Rio Grande do Sul tinha 47.271 pessoas atingidas, das quais 2.713 estão em abrigos provisórios. Dados da Defesa Civil divulgados no fim da tarde indicam que são 63 municípios atingidos. “Vamos trabalhar de forma coletiva para diminuir as dificuldades que a maioria das famílias está enfrentando”, disse o governador.
De acordo com Cairoli, o Gabinete de Emergência visa a dar agilidade às ações do governo do Estado no atendimento aos atingidos pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul desde a semana passada. O grupo é formado por representantes do Gabinete do Vice-Governador, da Casa Militar, do Gabinete de Políticas Sociais, das secretarias Geral de Governo, da Segurança Pública, de Obras, Saneamento e Habitação, do Trabalho e do Desenvolvimento Social, do Desenvolvimento Rural e do Cooperativismo, de Minas e Energia, Lucas Redecker e da Metroplan. As reuniões serão diárias, e a execução das ações ocorrerão de modo integrado.
“Estamos organizados e atendendo à comunidade que está sofrendo com as chuvas prolongadas que atingem o Estado. Otimizamos para atender de forma rápida e com eficiência quem necessita de apoio”, ressaltou Cairoli.
Conforme o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Everton Oltramari, a Defesa Civil trabalha no levantamento de dados, e outros municípios também poderão ter situação de emergência decretada, já que a previsão é que as chuvas prossigam até quarta-feira (22). Uma técnica da Secretaria da Defesa Civil Nacional está em Porto Alegre, desde sábado, para orientar os municípios em relação à documentação e ao levantamento de dados para receber auxílio. Ações de ajuda humanitária por parte do governo do Estado já foram feitas a 14 municípios.
Também foi encaminhada solicitação ao Ministério da Integração para o envio de 1.763 kits de cesta básica, 1.733 kits de higiene pessoal, 1.583 kits de limpeza, 2.250 kits dormitórios e 2.259 colchões. A expectativa é que o material chegue até o fim desta semana.
Oltramari lembra que o apoio da Defesa Civil do Estado e dos órgãos da União só ocorre quando o município perde a capacidade de reação frente às adversidades climáticas. Observa que, conforme legislação, os prejuízos públicos têm de chegar a 2,77% da Receita Corrente Liquída (RCL) do município e 8,33% da RCL em relação aos prejuízos privados.
Demandas de Alvorada
Pouco antes da formalização do Gabinete de Emergência, o vice-governador Cairoli e o chefe da Casa Militar Militar receberam o prefeito de Alvorada, Sérgio Maciel Bertoldi, e a deputada estadual Stela Farias. Foi solicitada, por três meses, uma retroescavadeira hidráulica para limpeza do Arroio Feijó. Os pedidos incluíram quatro caminhões e duas retroescavadeiras para o rescaldo, agenda com o Ministério da Integração Nacional, auxílio para que seja feito projeto de construção de um dique e a flexibilização para saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Minha Casa Melhor e taxas sociais da Corsan e da CEEE. Por fim, kits de limpeza e cestas básicas, uma vez que pela manhã já foram entregues pela Defesa Civil do Estado, 200 kits de higiene pessoal e 200 kits dormitório.
“Nosso município é o 25º mais pobre do país e o primeiro do Estado. Precisamos de um olhar diferenciado do governo para enfrentar a calamidade que atinge a cidade”, explicou o prefeito. Observou que Alvorada é o único município da Região Metropolitana que não tem dique e com chuvas prolongadas não há o devido escoamento das águas.
Cairoli ficou de acionar a secretário de Secretaria de Obras, Saneamento e Habitação, Gerson Burmann, para verificar a situação do equipamento solicitado e também buscar apoio do governo federal. “Estamos organizados e atendendo a comunidade gaúcha que está sofrendo com as chuvas prolongadas que atingem o Estado. Otimizamos para atender de forma rápida e com eficiência quem necessita de apoio”, disse.