A Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul acaba de obter junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) a concessão do registro da marca GNVerde. Essa é a marca de um combustível alternativo 100% renovável, que pode ser utilizado em veículos, comércios, indústrias e residências.
O produto vem sendo testado desde 2013 em veículos leves e pesados e é produzido a partir da purificação do biogás gerado na decomposição de resíduos e dejetos orgânicos. Após esse processo, ele atinge uma composição química semelhante ao do gás natural.
O diretor-presidente da Sulgás, Claudemir Bragagnolo, explica que ter a marca registrada representa um importante passo para a introdução deste novo combustível no mercado de energia. “O GNVerde é a melhor alternativa no curto prazo para promover a geração, distribuição e consumo descentralizado de gás natural no Estado”, enfatiza Bragagnolo.
De acordo com ele, a estratégia é interiorizar o uso do biometano em diferentes regiões do RS, por meio de incentivos à produção e distribuição canalizada em municípios que possuem uma demanda pelo energético, mas que estão distantes da malha de distribuição da companhia gaúcha. “A Sulgás está satisfeita pelos resultados obtidos com o biometano, bem como o registro da marca, que vem ao encontro do apelo mundial pela energia limpa e autossustentável”.
Para o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, o biometano deixa de ser uma promessa para se tornar uma realidade no Rio Grande do Sul. “A obtenção do registro surge num momento importante, pois a Sulgás, junto com a Secretaria de Minas e Energia, está desenvolvendo o Programa Gaúcho de Biometano, que tem como foco principal estimular o desenvolvimento regional e promover a atração de investimentos a partir da produção e comercialização do GNVerde”.
Chamada pública
Para agilizar o acesso da população a esse combustível, a Sulgás lançou chamada pública que se encerra no dia 17 de julho, para a aquisição de 200 mil metros cúbicos diários do produto por um prazo de 20 anos. Após o contrato assinado, os empreendimentos selecionados deverão iniciar a entrega de gás num prazo máximo de 24 meses. Para participar, o empreendedor deverá garantir uma produção mínima diária de biometano. Estima-se que dentro de 10 anos, um total de 10% do volume comercializado de gás no Estado seja proveniente do biometano.
Sobre o GNVerde
O biometano, que no Rio Grande do Sul recebeu a marca GNVerde, é um combustível alternativo e 100% renovável que já está sendo testado em veículos leves e pesados. É produzido a partir da purificação do biogás gerado na decomposição de resíduos e dejetos orgânicos. Com isso, alcança características semelhantes aquelas do gás natural.
Por ser gerado a partir da decomposição de resíduos e dejetos orgânicos, a produção de biometano é favorecida no Estado, visto que a agricultura e a pecuária são fornecedores da matéria-prima necessária. A produção intensiva de suínos, aves, leite e cítricos representam a base econômica de importantes regiões gaúchas. Por outro lado, seus dejetos podem trazer graves consequências ambientais, por serem fontes de emissão de gases do efeito estufa.