A Secretaria de Minas e Energia (SME) realizou, nesta quarta-feira (03), a quarta reunião preparatória do Plano Energético do RS. Desta vez, o encontro ocorreu no auditório da Câmara de Comércio de Rio Grande. O secretário-adjunto de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, afirmou que o objetivo dos encontros é escutar as reivindicações da sociedade a serem incluídas no plano, que é pioneiro e deverá ser apresentado aos gaúchos no começo de 2016. “O Plano Energético também vai deixar claro onde está o potencial para a geração de energia no Rio Grande do Sul e quais os energéticos que podem ser melhor explorados”, afirmou.
A presidente do Corede Sul, Roselaine Silva, salientou a importância de se ouvir a sociedade na construção do plano. Para ela, é importante pensar a região e como ela pode contribuir para gerar energia. “Temos um potencial muito forte, mas que precisa de investimento em novas subestações, ampliação das existentes, interligação das estações, implantação de sistema de anéis/complementar radiais”. Já o presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul, o prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, entende que a elaboração de uma política energética é fundamental. “Precisamos de um olhar especial para a Região Sul do Estado, com estímulo no setor energético. Isso vai possibilitar o desenvolvimento e a busca de investimentos para a região”, disse.
O prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, vê o potencial eólico como um diferencial para a região. “Nosso vento é extraordinário. Precisamos definir quais as políticas tributárias da área e pensar alternativas para baratear a cadeia. Assim, será possível transformar a região em um polo de produção de equipamentos de energia renováveis, ampliando em mais de 70% a capacidade energética do RS”. Para o presidente da Associação Gaúcha de Municípios com Potencial Eólico (APET SUL), Jordano Marques, o país vive um período de crise energética. “Precisamos crescer e dependemos de energia. A metade sul tem potencial para investir em energias alternativas como carvão, gás, biomassa e energia solar”.
De acordo com o vice-prefeito de São José do Norte, Francisco Elifalete Xavier, a cidade possui uma situação peculiar. “Recebemos o maior estaleiro da América Latina, uma mineradora, quase 10 projetos de energia eólica. Precisamos de mais linhas de transmissão e é importante que olhem para essa região, porque haverá um grande estrangulamento de capacidade de distribuição”, explicou.
Consumo na Região Sul
O diretor técnico da SME, José Francisco Braga, apresentou o cenário do consumo de energia no RS. Ele afirmou que 60% da demanda de energia do Estado se concentra, atualmente, no eixo Caxias do Sul e Porto Alegre. Com relação ao consumo de energia na região Sul, 89% dos consumidores são residenciais, 1,35% consumidores industriais e 6,99% comercial. As reuniões são uma oportunidade para discutir e definir as prioridades para o Plano Energético do RS. A partir da data da realização da reunião, os municípios tem um prazo de 20 dias para enviar as sugestões por escrito para a Secretaria de Minas e Energia. As informações serão posteriormente compiladas e incluídas no Plano Energético.