A Secretaria de Minas e Energia realizou nesta sexta-feira (22), a primeira de uma série de reuniões que ocorrerão pelo interior do RS, com o objetivo de ouvir as demandas da sociedade a serem incluídas no Plano Energético do RS, que está sendo organizado pela secretaria. O encontro ocorreu em Osório, na sede da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte).
Lucas Redecker, secretário de Minas e Energia, disse que Plano Energético consiste num planejamento para os próximos dez anos. “Precisamos pensar o futuro, sem perder de vista o presente e as lições que ele nos ensina. A secretaria está indo até as regiões para ouvir a comunidade, mas quem vai construir cada necessidade são vocês, que vão nos passar as demandas que precisam constar no Plano Energético”, afirmou. O secretário pediu aos prefeitos e lideranças que informem a secretaria com relação às atuais necessidades dos municípios e citou as dificuldades que o RS hoje enfrenta para instalação de novos empreendimentos de geração de energia. “Estamos construindo uma parceria com a Fepam, para que em breve tenhamos um zoneamento prévio, que vai identificar quais os locais que estão aptos para receber investimentos”, afirmou.
O presidente da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) e prefeito de Palmares do Sul, Paulo Lang, destacou a importância do encontro para os municípios do Litoral, muitos deles aguardando a concretização de novos investimentos em energia eólica. Ele manifestou preocupação com a portaria que estabeleceu novos critérios, exigências e estudos prévios para o licenciamento ambiental de empreendimentos de geração de energia a partir de fonte eólica no RS, que afetam o Litoral Norte, bem como manifestou preocupação com relação à qualidade da energia que os municípios recebem hoje.
O presidente da CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado enfatizou que esta é uma oportunidade única para se pensar o futuro do RS. “O Rio Grande do Sul do futuro começa no presente. O Plano Energético vem justamente colocar essa visão integrada, essa necessidade de se adequar o setor elétrico com as potencialidades de cada região, fazendo isso de forma ordenada e obedecendo as demandas regionais”, afirmou. Falou ainda do momento delicado que a CEEE vive, em virtude da renovação da concessão de uma de suas subsidiárias. “Nossa missão, neste momento tão importante, é garantir a renovação da concessão da CEEE-D, que será condicionada”.
O prefeito de Osório, Eduardo Abrahão, sugeriu que o Plano Energético tenha um capítulo dedicado a energia para o campo, e neste contexto citou a produção de arroz e de hortifrutigranjeiros que ocorre em diversos municípios do Litoral Norte. Sugeriu também que a produção de energia a partir do lixo seja detalhada no plano para que, talvez, os municípios possam tirar proveito desses dejetos. “Estamos num debate que faz anos sobre este tema. Espero que possamos ter um plano para transformar o lixo em energia, em breve”, afirmou. O prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto da Silva, manifestou interesse pelos investimentos em energia eólica. “Gostaria de conhecer melhor o funcionamento da energia eólica, os impeditivos para que não avancem e o que poderíamos fazer, além de ter um conhecimento mais profundo sobre o tema”, afirmou.
Predomínio do consumo residencial
O diretor Técnico da Secretaria de Minas e Energia, José Francisco Braga, apresentou um panorama do consumo de energia na região. De acordo com levantamento efetuado pelo diretor, tendo como base o mês de abril, o Litoral Norte possui um total de 292.444 mil consumidores, sendo deste total 251.293 mil consumidores residenciais (85,93%), 18.197 consumidores comerciais (6,22%) e 19.279 consumidores no meio rural (6,59%). Ele afirmou que entre os resultados aguardados com o Plano Energético estão “a diversificação da matriz energética, a valorização dos energéticos próprios de cada região, conhecimento do comportamento da demanda, além do estabelecimento de políticas para captação de recursos financeiros para investimentos no segmento energético”.
Em Osório também está localizado o maior conjunto de parques eólicos da América Latina. Atualmente, são 19 parques em atividade, que geram 570,6 MW, e outros oito parques estão em fase de construção/a construir, o que deve elevar em mais 177,6 MW a capacidade de produção de energia a partir do vento nessa região.
Ficou estabelecido no encontro que os municípios terão um prazo de 20 dias para enviar as sugestões por escrito para a Secretaria de Minas e Energia.
Participaram do encontro, entre outras autoridades, os prefeitos e vice-prefeitos dos municípios de Arroio do Sal, Cidreira, Capivari do Sul, Imbé, Osório, Balneário Pinhal, Tavares, Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Mostardas e Palmares do Sul.