Dentre as novas termoelétricas previstas para o RS, três deverão ser movidas a carvão mineral
Entre os diversos empreendimentos de geração de energia que o Rio Grande do Sul está recebendo, há a expectativa de que sejam construídas cinco novas termoelétricas. Esses empreendimentos, com exceção das usinas movidas a biomassa, se direcionam para instalação na região da Campanha e no Litoral Sul.
O secretário de Minas e Energia em exercício, Artur Lemos Júnior, explica que os investimentos estão em diversas fases de licenciamento ambiental e somam R$ 7,6 bilhões, devendo gerar, depois de prontos, 2,2 mil megawatts de energia elétrica.
Em Cambará do Sul, por exemplo, o empreendimento da Ômega Engenharia prevê a geração de termoeletricidade a partir da biomassa de resíduos de madeira, com investimento de R$ 160 milhões. De acordo com o diretor executivo da empresa, Carlos Miranda, estamos diante do desafio de construir a primeira usina de biomassa de madeira do Estado. A capacidade mensal de produção de energia prevista é de 30MW a partir da utilização de 28.425 toneladas/mês de resíduos de madeira e madeira de reflorestamento (toras) e 4.061 toneladas/mês de resíduos de madeira (cavacos). A usina deve começar a operar 30 meses após a participação positiva no leilão de energia, que ocorrerá no fim do mês de abril.
Em Rio Grande, a empresa Bolognesi vai construir uma usina termoelétrica movida a gás, cuja licença de instalação foi emitida esta semana pela Fepam. A usina terá 1.238 megawatts de potência, o que representa cerca de 5% da capacidade instalada da usina de Itaipu. Para viabilizar o empreendimento a Bolognesi precisou projetar dois terminais de gaseificação, que ficarão ao lado das usinas, e firmar contratos de 25 anos para a compra do gás fora do Brasil.
Há ainda a previsão de instalação de uma usina termoelétrica movida a carvão em Pedras Altas, pela empresa Ouro Negro Energia, com capacidade de produção de 600 MW e investimento de R$ 2,6 bilhões e outra, também movida a carvão, em Candiota, com investimento de R$ 1,8 bilhão e geração de 340 MW. O quinto empreendimento está previsto para o município de Minas do Leão, mas ainda está em fase de prospecção.
POTENCIAL DO CARVÃO GAÚCHO – O secretário de Minas e Energia também destaca que a secretaria trabalha para dinamizar o aproveitamento do carvão gaúcho na matriz energética estadual, uma vez que 90% das reservas desse mineral no país estão no RS. “O carvão constitui-se numa grande oportunidade de desenvolvimento para o RS, seja como fonte energética ou como ponto de apoio para a expansão de ramos industriais. Os óbices tecnológicos, econômicos e institucionais podem ser superados através da implantação de programas bem estruturados, de médios e longos prazos, para transformar o carvão mineral gaúcho em importante fulcro de desenvolvimento regional”, afirmou.