O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo os senhores que estão hoje aqui.

Desci, Sr. Presidente, para utilizar o microfone de apartes e responder ao líder do governo, porque a bancada do PSDB não assumiu acordo algum na reunião de líderes para que as bancadas não usassem seus tempos de liderança e não se manifestassem. Esse acordo não existiu. E, na minha visão, o líder do Partido dos Trabalhadores utilizar o microfone de apartes para dizer que existia acordo é demagogia. E é demagogia também do líder do governo, porque não fizemos esse acordo em hipótese alguma.

Fizemos acordo, sim, para inverter a pauta e colocar à frente os projetos dos servidores que aqui estão, e vamos votar favoravelmente a todos os projetos que estão na pauta. A bancada do PSDB votará favoravelmente, mas não vamos cercear a condição de cada um de se manifestar desta tribuna.

Utilizo este tempo, Sr. Presidente, para tratar de uma situação que é muito importante no Estado do Rio Grande do Sul. Estamos debatendo nesta Casa a CPI da Energia elétrica e a condição das estruturas de energia elétrica no Estado do Rio Grande do Sul – os postes, as linhas de transmissão, a falta de luz.

Lá em Novo Hamburgo – minha cidade –, neste domingo, um poste caiu sobre um carro e ficou sobre o veículo durante 30 horas sem que a empresa o tirasse de lá. Não era empresa de energia elétrica; era empresa de telefonia, a OI. Os cidadãos, as pessoas dos bairros de Novo Hamburgo que passavam por ali viam que o poste continuava caído.

Pasmem, senhores, depois de 30 horas a companhia foi arrumar o poste, mas não colocou um poste novo. Recolocou o poste podre no lugar, com uma cinta escorando, assim como estava anteriormente.

Eu tenho uma preocupação muito grande que foi discutida, ontem, na CPI . Fizemos uma pergunta para a Famurs sobre a resolução da ANEEL que transfere os postes de iluminação pública para os Municípios, em que cada Município será responsável pelo postes de iluminação pública. De que maneira eles receberão esses postes? Serão podres? Serão de concreto? Serão de madeira? São postes escorados com cinta, como se chama, o pé de amigo?

Temos que debater sobre isso, nesta Casa, utilizando nossa condição de representatividade para que os postes que chegarem aos Municípios não saiam do bolso e da conta do cidadão, porque cada um que está lá no Município vai ter que pagar por esse prejuízo.

Quero utilizar o restante do meu tempo para parabenizar a Escola Pio XII, de Novo Hamburgo. Um grupo de alunos foi para os Estados Unidos competir com projetos de robótica, conseguiram se classificar e estão nas finais. Diante de mais de 50 escolas internacionais, obtivemos essa representatividade.

A cidade de Novo Hamburgo é notícia hoje, aqui na tribuna e nos jornais. Notícia positiva: premiação em robótica. Notícia negativa: situação dos postes.

Aqui temos trabalhadores da segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul que fazem um grande esforço para cumprir o seu papel, mas infelizmente, na ponta, quando deveriam contar com um esforço do Estado, isso não acontece.

Vim três vezes à tribuna, neste ano, para tratar da situação do presídio de Novo Hamburgo. As fotos e as filmagens que fizeram dos presos pulando o muro, saindo do presídio para irem ao mercado e para lá retornando. Nesta semana, dois saíram e cometeram um assalto na quadra ao lado do presídio.

A Polícia Civil se esforça, os prende, colocam-nos no presídio, e eles retornam para a rua. O policial, muitas vezes, já conhece o bandido. Ele sabe quem é, o que está fazendo, onde mora e aonde vai agir. Mas a segurança pública não tem condições de manter aquele elemento preso, principalmente quando se trata do presídio de Novo Hamburgo.

Por isso, quero mais uma vez expor desta tribuna esta questão. É a quarta vez, neste ano, que me manifesto nesse sentido.

Domingo, passei pelo presídio de Novo Hamburgo, na última vez. Lá, no canto do muro, não estavam mais, como nunca estiveram, os arames farpados. Assim, os presos sobem e descem de lá, podendo andar livremente.

Espero – e me manifesto pela quarta vez desta tribuna – que o secretário de Segurança Pública tome providências e reforme o presídio de Novo Hamburgo, pelo menos tapando aquele local de fuga fácil, que está deixando apreensiva a população que mora em volta do presídio, de forma que não consegue sair para a rua, porque, diariamente, presos do regime semiaberto pulam para fora, indo e voltando na hora que querem. (Não revisado pelo orador.)