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O abastecimento de energia no Rio Grande do Sul teve significativa melhora neste verão, com demanda máxima de carga 4% inferior em comparação com o verão do ano passado. A conclusão é da direção do Operador Nacional do Sistema (ONS) que esteve reunida com as concessionárias de energia que atendem o Estado, na manhã desta quinta-feira (23).

De acordo com o gerente-executivo da ONS, Manoel de Jesus Botelho, o atendimento à região Sul ficou menos dependente das usinas Presidente Médici e Candiota, com a entrada em operação da linha de transmissão de Nova Santa Rita – Quinta seccionada na subestação Camaquã 3. O atendimento às regiões Noroeste e Oeste do RS ocorreu com segurança e o controle de tensão melhorou muito, pois entraram em operação o banco de capacitores na subestação de Maçambará e o seccionamento da linha de transmissão Itá/Garabi II na subestação Santo Ângelo.

Ocorreram pequenas sobrecargas em alguns transformadores, principalmente, na região de Pelotas e Metropolitana. Nesta última, havia o risco de cortes de carga superior a 100 MW em linhas de transmissão de 230 kV, porém isso não ocorreu, pois não foram registradas emergências. A realização de obras nas redes de transmissão e distribuição foram fundamentais para a redução das sobrecargas no sistema. O pico de consumo, de acordo com Botelho, foi registrado no dia 27 de janeiro, quando foram consumidos 6.634 MW, cerca de 4% inferior ao verão 2013/2014.

Para o próximo verão há a expectativa de crescimento no consumo de energia da ordem de 11% em relação ao verão deste ano. Também não há previsão de grandes dificuldades no abastecimento nos próximos dois verões, pois o Estado terá boa capacidade de geração de energia, desde que se confirmem as obras de transmissão e distribuição, cujos cronogramas estão em andamento. Neste aspecto, Botelho enfatizou a necessidade de se antecipar todas as obras que forem possíveis, sob risco de novos problemas no suprimento de energia no verão de 2017/2018.

No encontro ainda foi detalhado o andamento das obras e ficou definido que se houverem novos atrasos, um plano de trabalho será elaborado para contingenciar os principais problemas. Entre as dificuldades apontadas pelas concessionárias para a concretização dos investimentos está a demora na emissão das licenças ambientais e os entraves jurídicos quanto a desapropriação de terras.

O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, enfatizou o papel do planejamento como indutor do desenvolvimento e da necessidade de se pensar o futuro. “A Secretaria de Minas e Energia foi recriada para que seja uma referência para o setor e é um pedido do governador Sartori que sejamos sensíveis, que enfrentemos o debate e sejamos parceiros dos players. O trabalho é coletivo no setor público e a ordem é ajudar, agilizar e não atrapalhar o setor”, destacou.

O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que o RS é o grupo de trabalho mais ativo e colaborativo no país. Disse ainda que a última reunião realizada no Estado ocorreu em dezembro e que os resultados do encontro darão origem a um relatório, que será enviado ao ministro de Minas e Energia Eduardo Braga.

Com relação a situação do Rio Grande do Sul, Chipp afirmou que, a exemplo do verão, o inverno será ameno. “A informação que recebi ontem do CPTEC/Impe é de que o inverno será moderado, o que caracteriza um período de chuvas no Sul e a entrada frequente de frentes frias”, alertou. De acordo com o diretor ainda, o Rio Grande do Sul tem sido um supridor do sistema nacional nesse período de crise, o que deverá se manter ao longo deste ano.

Participaram da reunião os representantes das seguintes concessionárias de energia: CEEE, AES Sul, RGE/CPFL Energia, CRM, Sulgás, Tractebel Energia, Eletrosul, Otis, MGF Energy Guaianazes e CGTEE.