Estado lança em janeiro de 2016 o Plano Energético do Rio Grande do Sul. O texto, em fase de elaboração pela Secretaria de Minas e Energia, apresenta um conjunto de diretrizes e propostas para o setor energético estadual de forma regionalizada na próxima década (2016-2025). A finalidade é garantir um abastecimento de energia com qualidade e continuado, que atenda às necessidades da população. “O plano vai deixar claro onde está o potencial para a geração de energia no estado e quais as fontes podem ser melhores exploradas”, resume o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker.

O plano traça um diagnóstico do cenário atual, com base na realidade macroeconômica regional – em parceria com a Fundação de Economia e Estatística (FEE) – e dos serviços prestados no segmento energético, já que 60% da demanda de energia elétrica está concentrada no eixo Porto Alegre-Caxias do Sul.

O resultado desta análise aponta para diversificação da matriz energética, valorizando os potenciais de energia de cada região e propostas para cada segmento energético (renováveis e não renováveis). Diretrizes de conservação e uso racional de energia também compõe o plano, incorporando novas tecnologias na geração, distribuição e consumo de energia.

O diretor de Planejamento da Secretaria de Minas e Energia, José Francisco Pereira Braga, adianta que o texto proporá políticas para captação de recursos para o setor energético. “A ideia é explorar os potenciais existentes e não explorados e criar polos industriais de produtos de energia renovável, trazendo mais fábricas de painéis solares fotovoltaicos e de pás eólicas”, afirma.

Regionalização

Para elaborar o diagnóstico das demandas e gargalos do sistema energético do estadual, técnicos da secretaria dividiram o Rio Grande do Sul em 17 regiões. Os critérios utilizados para o grupamento foram os interesses sociais, econômicos, políticos e, claro, energéticos.

Os investimentos podem ter formato de cooperativas, consórcios e parcerias público-privadas e dirigidos a fontes energéticas disponíveis no Rio Grande do Sul. Braga afirma que o potencial de energia eólica do estado é um dos maiores do país: 102 gigawats. Segundo ele, a permanência de radiação solar garante investimentos nesta fonte energética, assim como a biomassa, o xisto, o carvão e as bacias hidrográficas, na sua maioria, ainda não exploradas.

Energia para o campo

A principal reivindicação da população, colhidas nas reuniões regionais, é a falta de energia trifásica no campo. Dos 161 mil quilômetros de redes existentes no meio rural, menos da metade é trifásica: apenas 59 mil. A Secretaria de Minas e Energia avalia que o custo para instalação desse sistema é de R$ 1,6 bilhão.

Em parceria com as secretarias de Desenvolvimento Rural e Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, os técnicos da Minas e Energia estão mapeando, traçando perfil e definindo as formas de financiamento necessárias para execução do programa.

fonte: Portal do Estado do Rio Grande do Sul