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A Secretaria de Minas e Energia (SME) realizou, nesta terça-feira (23), a nona reunião preparatória do Plano Energético. O encontro ocorreu na sede da Universidade de Passo Fundo, com a presença de lideranças de seis regiões: Nordeste, Norte, Produção, Rio da Várzea, Alto Jacuí e Alto da Serra do Botucaraí.

O secretário-adjunto de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, afirmou que o objetivo dos encontros é escutar as reivindicações da sociedade a serem incluídas no plano, que é pioneiro e deverá ser apresentado aos gaúchos no começo de 2016. “O Plano Energético também vai deixar claro onde está o potencial para a geração de energia no Rio Grande do Sul e quais os energéticos que podem ser melhor explorados”. Complementou dizendo que “a Secretaria de Minas e Energia, com o Plano Energético, vem iniciar esse planejamento que há muito tempo se espera e que nunca foi colocado em um documento. Ele vai ficar à disposição da sociedade e servir de referência para os próximos governos”.

De acordo com o secretário ainda, a solução para a falta de energia no campo é de médio e longo prazo. Conforme ele, a SME está trabalhando junto com outras secretarias na elaboração de um programa para levar energia trifásica para o campo, sem onerar o agricultor. A intenção é que o programa esteja em funcionamento a partir de 2017. “A balança comercial é sustentada pelo agronegócio. Não podemos nem iremos dar as costas a este setor, que sustenta nossa matriz econômica. Estamos debruçados na busca de uma solução, para que possamos levar energia de forma universal e com qualidade aos gaúchos”, afirmou.

O reitor da Universidade de Passo Fundo, José Carlos de Souza, declarou que a universidade é parceira do Plano Energético e quer se inserir no processo de elaboração do documento. “Quando temos um governo iniciando uma caminhada com muitas dificuldades, temos que nos unir e ver o que podemos fazer pelo Estado”, afirmou. Adilson Luiz Stanckiewicz, representante da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai (URI), também destacou que a universidade está disposta a colaborar, uma vez que hoje ela já se dedica ao estudo de energias limpas e alternativas.

Por parte dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento, manifestou-se o presidente do Corede Nordeste, Ilton Nunes. Para ele, o principal desafio reside em resolver os problemas de falta de energia no campo. “Eu conheço bem a realidade do município de São José do Ouro. O cara liga a ordenhadeira e não pode ligar o chuveiro. Ligar um pivô, nem pensar, é impossível. Potencial para geração de energia temos. Não consigo entender porque não temos luz, pois estamos ao lado da usina hidrelétrica Machadinho e não temos energia de qualidade”. Já o secretário executivo do Corede Norte, Ademir Peretti, disse que municípios como Erechim, por exemplo, sentem a necessidade de ampliação da demanda de energia em até 20%, para viabilizar o polo industrial.

Já a prefeita de Vila Maria e presidente da AMPLA (Associação dos Municípios do Planalto), Neura Lorini Matt, declarou que é necessário encontrar alternativas para termos um melhor abastecimento. “Os municípios pequenos estão sofrendo muito com isso. Não é porque a companhia não está atendendo. É preciso colocar mais capacidade de carga no campo, pois o agricultor bate na porta das prefeituras. A produção de leite é a principal atividade nas pequenas propriedades hoje, e é tudo mecanizado. Se não houver energia, isso vai desestimular o agricultor, que vai abandonar a atividade e, consequentemente, o campo”, alertou.

Já o representante da RGE, o engenheiro Luiz Carlos Moreira Júnior, afirmou que é preciso encontrar uma alternativa em conjunto para resolver o problema no campo. Conforme ele, as atuais redes de transmissão têm entre 25 e 30 anos, período em que a atividade agrícola não era tão mecanizada como neste momento. “A empresa investe R$ 1,3 bilhão a cada mudança tarifária, o que equivale a R$ 1 milhão por dia útil, mas estamos dispostos a encontrar juntos o melhor caminho para resolver esses impasses”, afirmou.