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A Secretaria de Minas e Energia realizou, nesta quinta-feira (09), a última reunião de um ciclo de 17 encontros preparatórios para o Plano Energético do RS, que vai estabelecer as potencialidades regionais, projetar a demanda de energia e os principais problemas que precisam ser enfrentados ao longo da próxima década. O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker explicou que o objetivo é planejar o setor junto com o governo, concessionárias, prefeituras e comunidade. “As demandas que chegam através destas reuniões, como por exemplo, energia trifásica, PCHs, licenciamento ambiental, carvão, energia eólica, serão um importante material de subsídio na elaboração do plano”, explicou.

Redecker ressaltou o trabalho em parceria com outras secretarias de Estado, na construção de um programa para levar energia trifásica ao campo. Quanto ao uso da biomassa, informou que a Sulgás está com chamada pública aberta para a compra de biometano por um prazo de até 20 anos, fato inédito no país e que também beneficia os agricultores, pois vai permitir a eles transformar em energia os dejetos resultantes da atividade agrícola.

O secretário também afirmou que está trabalhando em sintonia com a secretária do Meio Ambiente, Ana Pelini, fazendo um acompanhamento semanal das licenças ambientais de empreendimentos relacionados à geração de energia. A expectativa é de que a ação traga maior celeridade nos procedimentos com a inauguração de um espaço junto a Sema, onde o investidor poderá acompanhar o andamento das licenças solicitadas.

De acordo com o vice-presidente do Corede Serra, Ademar Petry, a região enfrenta sérios problemas na área energética. Petry entregou um documento à Redecker com as principais reivindicações da entidade. “Queremos maior aprofundamento na questão energética. Precisamos trabalhar juntos para buscar desenvolvimento para a região”.

Representando o Corede Campos de Cima da Serra, Eliane de Oliveira Bordes, ressaltou que a falta de energia para o interior é a principal reivindicação que possuem. “Esperamos que esta iniciativa consiga atingir o seu objetivo, pois nossa meta é manter as pessoas no campo. Mas para tanto, precisamos da energia trifásica”.

Representando o prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho, Gilberto Boschetti se entusiasmou com a elaboração do plano energético. “Vejo que o secretário não está abrindo mão de nenhuma fonte energética, seja biomassa, solar, eólica, hídrica. As PCHs possuem grande potencial para geração de energia na região”.

O presidente da RGE, Ricardo Siufi, que também é presidente do Copergs, se colocou à disposição. “Somos parceiros e queremos estar junto com a região na elaboração deste planejamento. Atuamos em 254 municípios e atendemos a mais de 1,4 milhão de clientes. Estamos com obras planejadas ou em andamento em Farroupilha, Bento Gonçalves, Guaporé, Picada Café, Nova Petrópolis, Cambará do Sul, Jaquirana, dentre outros. O investimento será superior a 15 milhões de reais”.

O diretor administrativo da Sulgás, Luiz Irineu Schenkel, explicou que a empresa está realizando estudos para abastecer a rede doméstica e edifícios residenciais da região. “Queremos abastecer as indústrias de Nova Petrópolis e a rede hoteleira de Gramado e Canela”.

Para o presidente do Conselho dos Consumidores da RGE, Claiton Pires, o assunto energia é algo distante para a comunidade. “Toda essa estrutura é complexa e o cidadão tem dificuldade de entender isso. O fato é como se resolve isso? Estamos vendo que este assunto não pode ficar esquecido. A sociedade tem que entender, cobrar e participar desse debate e eleger pessoas que tratem desse assunto”.

O coordenador regional da Fetag na Serra, Evandro Kuver, pensa que a região está desamparada na questão energética. “No interior há falta de manutenção, com muitos fios caídos na rede. Precisamos melhorar muito. Há casos em que os fios seguram os postes e não o contrário”.

O próximo passo para a elaboração do Plano Energético do Rio Grande do Sul – 2016/2025 é a compilação das contribuições elencadas nas reuniões regionais, com a elaboração do estudo e indicativos. A conclusão está prevista para o quarto trimestre de 2015.