A empresa do publicitário da campanha eleitoral de Tarso Genro (PT) ao governo do Rio Grande do Sul, no ano passado, assumiu o setor de propaganda do banco do Estado em um processo que não teve licitação.

A Escala Comunicação tem como sócio Alfredo Fedrizzi, um dos marqueteiros do PT gaúcho na campanha que elegeu Tarso governador. Ela e outras três agências foram contempladas em junho com um contrato de seis meses para cuidar da publicidade do Banrisul.

É a principal conta do governo do Rio Grande do Sul em propaganda.

O governo Tarso decidiu romper com as duas agências que cuidaram da publicidade do banco durante o governo de Yeda Crusius (PSDB), antecessora do petista, devido a suspeitas de envolvimento delas em irregularidades.

As suspeitas foram alvo de uma operação da Polícia Federal no ano passado.

Já com Tarso no governo, o Estado foi à Justiça, que considerou que os contratos dessas empresas deveriam ser suspensos para que o banco não ficasse “refém” de agências com sócios suspeitos de crimes. A decisão judicial saiu em maio.

No mês seguinte, o governo contratou, por meio de dispensa de licitação, quatro novas agências, incluindo a Escala. A verba anual de publicidade do Banrisul soma R$ 99 milhões.

EMERGÊNCIA

O Estado diz que, como o banco ficou sem um responsável por sua publicidade após a decisão da Justiça, precisou providenciar uma contratação emergencial.

A Secretaria da Comunicação do governo afirma que os outros bancos fazem campanhas agressivas de marketing e que, com o setor de propaganda parado, o Banrisul poderia perder mercado rapidamente.

Segundo o governo gaúcho, as quatro empresas foram escolhidas porque haviam participado da licitação feita em 2007 e vencida pelas duas agências agora afastadas na Justiça.

A Escala já possuía outros contratos de publicidade com o governo gaúcho. Neste ano, de acordo com dados do Portal da Transparência do Estado, a empresa já recebeu R$ 8,8 milhões –valor que não inclui os trabalhos feitos para o Banrisul.

No ano passado inteiro, ganhou R$ 7,1 milhões da administração estadual. Todos esses outros contratos foram firmados por meio de licitações, afirma a empresa.

Veja a íntegra da matéria neste endereço