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Em reunião ordinária da CPI da Energia Elétrica na tarde desta segunda-feira (7) os parlamentares ouviram entidades da sociedade civil e do agronegócio sobre os problemas enfrentados com o fornecimento de energia elétrica no Rio Grande do Sul. Ao final da audiência, o presidente da CPI, deputado Lucas Redecker (PSDB) destacou a importância dessa coleta de dados e informações para a elaboração do relatório e de debates a serem realizados com as concessionárias e agências reguladoras, além de representantes da área governamental.

Conforme o parlamentar, o que se está vendo com os trabalhos até aqui desenvolvidos é que “o problema é o mesmo e só muda o endereço”, ao se referir à falta de opções e de infraestrutura no setor de energia e a constante falta de energia elétrica nas mais diferentes regiões do Estado

Entidades relatam dificuldades

O representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS), Luiz Eduardo Amaro, observou que a entidade acompanha com preocupação os problemas de fornecimento de energia elétrica no Rio Grande do Sul, considerando que a energia elétrica é um insumo fundamental para o andamento dos processos eletrônicos no Poder Judiciário. “Temos uma preocupação com o sucateamento das estruturas de transmissão de energia elétrica no estado”, alertou.

Nestor Bonfanti, representante da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag) no Rio Grande do Sul, relatou que existem grandes dificuldades de fornecimento de energia, além de demora das concessionárias em atender os clientes no meio rural quando da ocorrência de qualquer evento climático que afete a rede elétrica. Para ele, os maiores problemas verificados no meio rural relativos à energia elétrica são a precariedade das redes. a falta de potência e falta de estrutura das concessionárias para atender os consumidores.

Fábio Avancini Rodrigues, representante da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), lamentou que a precariedade do fornecimento de energia afete negativamente a atividade agrícola no estado. Ele lembrou que toda a produção de leite, aves, suínos e arroz irrigado necessitam de energia de qualidade. Para Rodrigues, o Brasil e o Rio Grande do Sul precisam pensar na utilização do carvão mineral como forma de suprir a falta de energia elétrica verificada principalmente no meio rural.

Darlan Pagliarini, secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat), alertou sobre os efeitos negativos gerados pela precariedade do fornecimento de energia. “Na produção leiteira, a precariedade da energia elétrica compromete o próprio desenvolvimento do setor”, alertou.

O representante da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Mário Nascimento, recordou que o fornecimento de energia foi pauta da última marcha dos prefeitos gaúchos em Brasília. Ele relatou que muitos financiamentos de programas dos governos federal e estadual simplesmente não podem ser contratados porque as concessionárias não conseguem entregar a carga de energia elétrica necessária para alimentar as novas máquinas.

O representante da Associação de Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Ivan Chemeris, colocou a entidade à disposição para auxiliar nos trabalhos da CPI.