São Paulo  – Ocorrida em 17 de julho de 2007 e vitimando 199 pessoas, entra elas 98 gaúchos, a tragédia do voo TAM JJ 3054 volta hoje a ser debatida. Dessa vez para saber quem são os culpados pelo acidente. Seis anos depois, as duas primeiras audiências do caso acontecem hoje e amanhã, na 8a Vara Criminal Federal em São Paulo, onde o juiz Márcio Assad Guardia começa a colher os depoimentos das testemunhas de acusação.

Na sequência, em 11 e 12 de novembro e nos dias 3, 9 e 10 de dezembro próximos, será a vez das testemunhas de defesa. Denunciados criminalmente pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2011, são réus no processo a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, o vice-presidente de Operações da TAM, Alberto Fajermann, e o diretor de Segurança de Voo da TAM, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro. Ainda sem data para serem ouvidos, responderão por atentado contra a segurança do transporte aéreo, com pena de até 12 anos de prisão.

Denise é apontada pelo MPF como corresponsável por ter liberado a pista do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, sem a execução do serviço de “ranhuras”, que facilitam a frenagem. Castro e Fajerman teriam ignorado o manual de segurança da TAM e, conforme a denúncia, “não providenciaram o redirecionamento das aeronaves”. Os dois também são acusados de não terem alertado os pilotos sobre a mudança de procedimentos. A soma de imprudências, diz oMPF, levou o avião a atravessar toda a pista do aeroporto até bater e explodir em um prédio da TAM, fora do terminal. No local, hoje há um memorial às vítimas.

Os próximos passos do caso

Hoje e amanhã: serão colhidos os depoimentos de oito testemunhas de acusação.
Dias 11 e 12 de novembro e 3, 9 e 10 de dezembro: serão ouvidas oito testemunhas de defesa.
Depoimentos dos réus: a Justiça Federal ainda não definiu quando serão ouvidos a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, o vice-presidente de Operações da TAM, Alberto Fajermann, e o diretor de Segurança de Voo da TAM, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, todos denunciados pelo Ministério Público Federal, em 2011, como réus no processo.

O acidente

– O voo TAM JJ 3054 ligava as cidades de Porto Alegre e São Paulo, utilizando uma aeronave Airbus A320-233;
– Em 17 de julho de 2007, após deixar a capital gaúcha às 17h16, a aeronave pousou sob chuva no Aeroporto de Congonhas às 18h51, mas não conseguiu parar, ultrapassando o fim da pista e chocando-se contra um depósito de cargas da própria TAM, situado nas proximidades da cabeceira da pista, no lado oposto da Avenida Washington Luís, que delimita o aeroporto;
– Morreram 187 pessoas que estavam no avião e outras 12 que estavam no solo, num total de 199 mortes;
– É considerado o pior e mais mortal acidente envolvendo um Airbus A320 no mundo e foi considerado o pior acidente da história da América Latina, até o voo Air France 447, que caiu em 31 de maio de 2009.

fonte: Jornal NH