redecker_comissao_mercosul

A Comissão Mista do Mercosul e Assuntos Internacionais realizou audiência pública, nesta manhã (6), para debater as restrições impostas pela Argentina às exportações brasileiras. Do encontro, resultou a sugestão de criação de um grupo técnico de trabalho para aprofundar a discussão sobre o tema. O trabalho, que será desenvolvido em parceria com federações e associações industriais, buscará montar um banco de dados sobre problemas verificados nas relações comerciais entre os dois países integrantes do Mercosul. 

O deputado estadual Lucas Redecker disse que acompanha há algum tempo os problemas comerciais entre países do Mercosul, mais precisamente desde que seu pai, o ex-deputado federal Júlio Redecker, presidia a Comissão do Mercosul na Câmara Federal. Ele pediu que a comissão receba os dados referentes ao comércio entre Brasil e Argentina para que os parlamentares se mantenham informados e tomem atitudes para solucionar a questão. Da mesma forma, pediu que o governo federal seja informado sobre os prejuízos cada vez maiores dos exportadores gaúchos. “É inconcebível que o Brasil tenha um superávit comercial com a Argentina de R$ 4 bilhões, enquanto o Rio Grande do Sul amarga um déficit de R$ 1,7 bilhão. Quem paga a conta mais uma vez é o RS”, disse Redecker. 

O diretor de Relações Institucionais da Associação Comercial e Industrial de Novo Hamburgo, Marco Aurélio Kirsch, disse que até os anos 80 os fabricantes de calçados lançavam apenas duas coleções ao longo do ano em comparação aos dias de hoje, quando são lançadas até seis coleções por ano. Kirsch usou este exemplo para ilustrar os prejuízos que o setor está enfrentando ao não conseguir entregar em tempo hábil a coleção de outono deste ano. “São incalculáveis os prejuízos, que são maiores do que as meras dificuldades de trâmites dos prazos da fronteira. Temos ouvido relatos semelhantes sobre o tratamento, que tem sido muito ruim para todos”. Ele citou como exemplo o caso recente de uma indústria que foi prejudicada por um erro no preenchimento de um certificado na Argentina. “Uma carta de correção resolveria o problema, mas ele foi considerado erro material e danoso na Argentina. Temos sido tratados a mão de ferro”, disse Kirsch. 

Participaram do encontro também representante da Fiergs, Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas, Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e a AGCO.