Em Brasília, na tarde desta terça-feira (08), o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, reuniu-se com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em busca de alternativas para as Notas Técnicas 13/2016 e 121/2016-0, feitas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que consideraram o Rio Grande do Sul sem capacidade de transmissão da energia proveniente de novos projetos eólicos. A medida inviabiliza 2.322,9 MW em energia, o equivalente a R$ 13 bilhões em investimentos. O encontro foi marcado pelo senador Lasier Martins e acompanhado também pelo secretário de Desenvolvimento do RS, Fábio Branco, pelo deputado federal Alceu Moreira e empreendedores.

“A não participação do Rio Grande do Sul nesse leilão de energia é muito ruim para a economia do Rio Grande do Sul, pois os parques estão prontos e injetariam na economia R$ 13 bilhões em investimentos aptos para o próximo leilão”, argumentou Redecker. De acordo com o secretário, “por um descompasso de três meses, entre o início das operações das linhas de transmissão do lote A (leilão de 2014) e a data prevista para entrega da energia produzida pelos parques eólicos que participarão do Segundo Leilão de Energia de Reserva de 2016, estão impossibilitados de participar deste certame bilhões em projetos eólicos dentro do RS. Além do mais, estudos realizados por empreendedores, em pontos de interesse específico, também apontam a viabilidade de conexão de seus projetos contribuindo para a continuidade e realização do leilão”.

Redecker apresentou duas possíveis alternativas ao ministro: que as restrições de conexões dos projetos de parques eólicos possam ser avaliadas, caso a caso, junto aos empreendedores interessados nos barramentos relacionados e também sejam considerados os estudos detalhados de conexões feitos pelos empreendedores em pontos de interesse; e considerar como uma possibilidade que pode resolver o problema do descompasso entre a entrega das obras da Eletrosul, previstas para 03/2019, e a entrega das próximas obras do 2º LER/2016, previstas para 07/2019, a mudança da data de entrega do 2º LER/2016 para dezembro de 2019. Essa mudança propiciará a correção e a concatenação entre a data da realização do 2º LER (12/2016) e a entrega das obras (12/2019), realinhando o certame ao prazo de três anos, fato que não ocorre atualmente.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, por sua vez, ouviu atentamente as ponderações da comitiva e mencionou que compreende a mobilização do Estado, mas que não pode ir contra os pareceres técnicos. Ele informou que vai se reunir na manhã desta quarta-feira (09) com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, onde este assunto será debatido e, posteriormente, informar a Secretaria de Minas e Energia do RS sobre o que foi decidido.