Desde o início de 2015, quando a Secretaria de Minas e Energia foi recriada pelo governador José Ivo Sartori, o foco do trabalho é a viabilização de projetos de geração de energia, associado ao aumento das redes de transmissão e distribuição energética. Para isso, foram desenvolvidos estudos de mapeamento de potencialidades energéticas regionais, como o Plano Energético e o Atlas das Biomassas, foram criados programas de incentivo à produção de energia limpa, como RS Energias Renováveis e o RS Gás, e firmou-se uma parceria com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para o monitoramento mútuo de licenciamentos ambientais, o que desburocratizou o processo, tornando-o mais eficiente, entra outras ações.

É destaque nas últimas semanas a notícia de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) eliminará o financiamento para empreendimentos de geração de energia termelétrica. Com isso, o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, gostaria de lembrar aos gaúchos que este não é o único meio de financiamento para grande empreendimentos, e que há interesse de investimentos e financiamentos estrangeiros para produção de energia a partir dessa matriz no Rio Grande do Sul

A exemplo disso, está o interesse de empreendedores japoneses em instalar usinas termoelétricas no estado. Em janeiro deste ano, Redecker, realizou viagem a Tóquio e Fukushima, inteiramente financiada pelo governo japonês, a fim de conhecer a geração de energia ultra-supercrítica, cujo processo termoelétrico reduz drasticamente o impacto ambiental. Essa tecnologia apresenta pressões maiores que a supercrítica e temperaturas avançadas de vapor, superando os 600º C. O aumento na eficiência da queima do carvão resulta na diminuição do combustível e reagente utilizados, redução dos resíduos sólidos, do uso da água e dos custos de operação. O carvão mineral gaúcho (que representa 89% de todo o carvão brasileiro), foi testado no Japão, e já está confirmada a possibilidade utilizá-lo nesse formato.

No início do mês de outubro, foi divulgada a Nota Técnica 121/2016-r0, que considerou nula a capacidade remanescente do sistema interligado nacional para escoamento da geração nos barramentos da rede básica nas linhas de transmissão existentes no Rio Grande do Sul, ou seja, que considera nula a capacidade de escoamento de energia do estado. Entretanto, parece não levar em consideração o Leilão nº 004/2014, o qual teve através do Lote A, arrematado pela Eletrosul.

O Lote A do Leilão de Transmissão nº 004/2014 prevê a construção de 17 Linhas de Transmissão, totalizando 2.196 km, em 230kv e 325kv. Contempla também oito novas subestações e a ampliação de outras três, totalizando 4.781 MVA de capacidade de transformação. Segundo a previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o cronograma para o término das obras é para março de 2019. Para que as linhas de transmissão atendam a demanda dos projetos inscritos para o 2º Leilão de Energia de Reserva 2016 (dos 11 empreendimentos no RS que participarão do leilão, sete possuem Licença Prévia e quatro possuem Licença de Instalação já concedidas pela FEPAM), o secretário encaminhou pedido ao Ministério de Minas e Energia, para que os projetos selecionados neste leilão passem a valer a partir de dezembro de 2019, e não julho, como estava no cronograma.

Ações como essas, que aumentam a geração de energia no Rio Grande do Sul e dão maior robustez a nossa rede de transmissão e distribuição, diminui a dependência externa. A autossuficiência energética é um dos objetivos da Secretaria, entretanto, estamos conectados à Rede Nacional Interligada. Ou seja, os estados não produzem energia para eles próprios exclusivamente, mas para toda a rede brasileira. Por esse motivo a importância do aumento da nossa rede, que é promovido pela SME: para podermos escoar e importar energia com facilidade. Fato este que garantirá que o estado não corra riscos – mesmo em tempos de estiagem – de ficar desabastecido de energia, e que tenha sempre a força necessária para produção.