Julho foi o mês que marcou os dez anos do acidente com o voo JJ 3054 da TAM, ocorrido no dia 17 de julho de 2007, e que vitimou 199 pessoas no Aeroporto de Congonhas. No voo estava o deputado federal Júlio Redecker, pai do deputado estadual Lucas Redecker. O desastre foi causado por vários fatores: a liberação irresponsável das obras da pista, mesmo sem a realização do serviço de grooving; a equivocada decisão de não desviar o avião para outro aeroporto, mesmo com as péssimas condições de atrito e frenagem da pista molhada, bem como o reverso pinado de uma das turbinas, o que levou à perda de controle da aeronave.

Todos os anos, Lucas Redecker manifesta-se sobre a tragédia, que expôs o caos no setor aéreo brasileiro. “De lá para cá, restou a saudade e a impunidade. Recentemente, a Justiça Federal absolveu, em segunda instância, todos os acusados de responsabilidade criminal no acidente de Congonhas. Mesmo admitindo que os acusados assumiram o risco de um acidente por liberar a pista antes da conclusão das obras e por não tomar medidas para melhorar as condições de segurança no aeroporto”.

Para o deputado, esta trágica sequência de fatos não deixa de ser uma metáfora sobre o Brasil e o tipo de país que construímos. “Todas as crises, a exemplo das atuais, não aconteceram por acaso ou de uma hora para outra. Todas iniciaram lá atrás, a partir de decisões erradas. E sobre elas, houve aqueles que nos alertaram, exibindo provas incontestáveis. Infelizmente, os interesses de alguns tem se sobressaído ao bem de todos. Acredito e espero que isso vá mudar e que as pessoas estão acordando, percebendo a importância da participação ativa no processo político”, enfatizou na tribuna da Assembleia Legislativa.

Incentivo à cadeia do carvão mineral

No mês de julho também ocorreu encontro com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, para tratar sobre a instalação de um complexo carboquímico no Rio Grande do Sul. “A ideia é elaborar, assim como o Estado está fazendo, um planejamento com começo, meio e fim da utilização do carvão mineral, do ponto de vista do fornecimento energético, e enviar ao congresso”, destacou.

Para o deputado Lucas Redecker, o carvão vem sendo debatido há muitos anos no Rio Grande do Sul, mas somente agora surgem ações concretas para fomentar essa cadeira produtiva no RS. “Do contrário, continuaremos sendo apenas o Estado que tem 90% das reservas de carvão mineral, que não traz retorno nem desenvolvimento para o Rio Grande do Sul e Brasil”, declarou. Ele enfatizou que é preciso que a sociedade saiba da existência de tecnologias modernas no mundo e que minimizam os impactos ambientais. “O polo carboquímico é uma perspectiva muito positiva e acena com a possibilidade de resultados magníficos para o RS”.

Incentivo às PCHs

Na manhã do dia 13 de julho foi lançado o Programa Gaúcho de Incentivo às Pequenas Centrais Hidrelétricas. Foi apresentado o inventário de 91 projetos viáveis de licenciamento ambiental para geração de energia hídrica no Rio Grande do Sul. O potencial de investimentos é de R$ 3 bilhões. Deste valor, R$ 15 milhões serão destinados a unidades de conservação ambiental. O programa gera 12 mil novos postos de trabalho diretos e 480 megawatts de energia elétrica, o que equivale ao abastecimento de 1,4 milhão de residências.

O líder da Bancada do PSDB na AL, deputado Lucas Redecker, também participou do encontro. Conforme ele, nos dois primeiros anos do governo Sartori, período em que foi secretário de Minas e Energia, a área de licenciamento ambiental “foi a que mais deu dor de cabeça”. “Havia projetos aguardando dois, três anos os termos de referência para ter o início do encaminhamento do licenciamento ambiental. Aguardávamos as respostas dos pedidos de licenciamentos ambientais e quando procurávamos o investidor ele já tinha ido embora, tamanha a demora”, afirmou o deputado.

Disse que em parceria com a secretária Ana Pelini trabalhou pela definição de critérios e prioridades, visando estipular uma rotina que evidenciasse que o Estado do Rio Grande do Sul trata bem os investidores. Isso não significa, enfatizou o parlamentar, deixar de lado os cuidados com o meio ambiente. Pelo contrário: “Isso demonstra que, mesmo com crise financeira, aliada a diminuição da burocracia e avaliação das prioridades, além de respostas em tempo razoável para os empreendedores, conseguiu-se tirar do papel este programa, como está sendo feito agora”.