A instalação de complexo carboquímico no Rio Grande do Sul motivou a vinda do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, ao Estado nesta segunda-feira (24). O líder da Bancada do PSDB e ex-secretário de Minas e Energia do RS, deputado Lucas Redecker, participou do encontro. Depois de almoço no Palácio Piratini, ocorreu visita à Mineração a Céu Aberto do Baixo Jacuí e às instalações da Copelmi Mineração Ltda., no município de Butiá, onde acompanharam o ministro, além do governador José Ivo Sartori, o secretário de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, e o secretário de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia, Vicente Lôbo.

Sartori agradeceu a visita do ministro para conhecer o trabalho que vem sendo feito no Rio Grande do Sul, no âmbito da extração de carvão mineral, e disse que o Estado está fazendo a sua parte. “Em 2016 lançamos nosso plano de energia do Estado. E agora, no começo deste semestre, vamos enviar para a Assembleia Legislativa o Plano Carboquímico do Rio Grande do Sul, extremamente importante para essa região que deseja o desenvolvimento e atração de investimentos”, afirmou.

Lemos ressaltou o potencial das reservas de carvão do Rio Grande do Sul, bem como a importância do Programa de Modernização do Parque Termelétrico Gaúcho. “As principais usinas termelétricas do mundo estão em processo de modernização, buscando redução de emissões por meio da eficiência. Queremos utilizar novas tecnologias, adequadas aos parâmetros técnicos de uso sustentável do carvão”, destacou.

Para o deputado Lucas Redecker, o carvão vem sendo debatido há muitos anos no Rio Grande do Sul, mas somente agora surgem ações concretas para fomentar essa cadeira produtiva no RS. “Do contrário, continuaremos sendo apenas o Estado que tem 90% das reservas de carvão mineral, que não traz retorno nem desenvolvimento para o Rio Grande do Sul e Brasil”, declarou. Ele enfatizou que é preciso que a sociedade saiba da existência de tecnologias modernas no mundo e que minimizam os impactos ambientais. “O polo carboquímico é uma perspectiva muito positiva e acena com a possibilidade de resultados magníficos para o RS”.

O ministro Coelho Filho disse que essas visitas são importantes “para ter um olhar mais atento. Posso considerar o potencial desses dois estados (RS e SC), que concentram aproximadamente 90% do carvão mineral do Brasil, na expansão da matriz energética brasileira”. De acordo com o ministro ainda, essa é uma indústria que movimenta a economia, com geração de emprego e renda, e sinaliza a investidores que o país está trabalhando. “A ideia é elaborar, assim como o Estado está fazendo, um planejamento com começo, meio e fim da utilização do carvão mineral, do ponto de vista do fornecimento energético, e enviar ao congresso”, destacou.

Questionado sobre a inclusão do carvão no próximo leilão de energia, o ministro afirmou que o governo federal pretende abrir um novo processo em novembro ou dezembro deste ano e disse que em agosto um grupo de trabalho será criado, com diversas áreas afins, para estudar a questão. “Se tivermos tempo hábil queremos incluir. Não sei se vai ser no volume que todos esperam, mas queremos fazer um leilão contemplando o maior número de fontes possíveis ainda este ano”, destacou.

O diretor de Novos Negócios da Copelmi Mineração, Roberto de Faria, falou que o objetivo dessa visita é que o “carvão volte à agenda de discussões do país”. Faria acrescentou que a ideia é mostrar às autoridades que a mineração no Brasil é feita de forma sustentável, para que eles possam apoiar. “Você consegue fazer a produção de carvão e depois você tem 100% de recuperação da área minerada com outras atividades econômicas.

Já existe, concluído, um estudo de viabilidade para a construção, no Rio Grande do Sul, de uma usina térmica de carvão de alta eficiência para geração de energia idêntica à que foi visitada no Japão pela missão gaúcha recentemente.