* Lucas Redecker
Todos os dias, quando abrimos o jornal, deparamos com notícias sobre a falta de infraestrutura e os prejuízos que ela provoca para os gaúchos. É a ponte que não funciona, a rodovia que está em colapso e o aeroporto que chegou no limite. Vou me deter apenas na infraestrutura aeroportuária para demonstrar o quanto a falta dela é danosa à nossa economia.
Em 2014, quando Porto Alegre sediar a Copa do Mundo, o Aeroporto Salgado Filho receberá algo em torno de 10 milhões de passageiros. Seria uma ótima notícia para a economia gaúcha, não fosse a deficiência da sua estrutura, que nos dará condições para receber, no máximo, oito milhões de passageiros. A isso, soma-se o caos aéreo e a demora na execução das obras necessárias. A cada ano que o Salgado Filho deixa de receber investimentos e operar com aeronaves de grande porte, por exemplo, perdemos aproximadamente R$ 2,4 bilhões.
No mesmo momento em que discutimos a necessidade de ampliação do Salgado Filho, ganha força a construção de novos aeroportos, como o 20 de Setembro, provisoriamente assim denominado. O projeto prevê a ocupação de uma área de 2,5 mil hectares, entre Nova Santa Rita e Portão, a 29,3 quilômetros de Porto Alegre e a mesma distância que alguns dos principais aeroportos brasileiros tem das suas capitais. O levantamento preliminar indica que no local não haverá problemas com neblina, que prejudicam o Salgado Filho, principalmente no período da manhã e à noite, mesmo no verão. Há ainda a previsão de construção de duas pistas, mais longas que a do atual aeroporto, o que daria condições de receber voos internacionais. Isso também beneficiaria o transporte de cargas, tornando o RS um polo nacional para escoamento da produção do Mercosul, sem contar a capacidade de ampliação imediata do espaço físico, conforme a necessidade.
Há uma convergência de esforços para que ele saia do papel, e a iniciativa privada já manifestou interesse em encampar a construção. Essa é, provavelmente, a alternativa mais viável, dada a dificuldade financeira do setor público. Mas independentemente da execução da obra, é primordial que o RS traga à tona o debate sobre a necessidade de construção de um novo aeroporto – e nós estaremos fazendo isso hoje na Assembleia Legislativa – para que deixemos de figurar nas estatísticas com o estado que tem um dos aeroportos com a situação mais crítica do país.
* Deputado Estadual PSDB/RS